Marta Nobre
Equipes da Polícia Federal e Ministério Público deflagraram nesta terça-feira, 12, mais uma fase da Operação Lava Jato. Trata-se da Vitória de Pirro, com ações em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (incluindo Taguatinga).
Cem policiais federais cumprem 21 ordens judiciais, sendo 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução coercitiva, de acordo com a PF.
O ex-senador Gim Argello (PTB), foi preso nas primeiras horas do dia. Também foram presos o lobista Paulo Roxo e Valério Gonçalves, secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Entre os alvos dessa 28ª fase da Lava Jato, estão, além de Gim Argello, algumas empreiteiras, como a OAS.
Os fatos investigados apuram a prática dos crimes de concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
As investigações apuram a existência de indícios concretos de que destacado integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Senado Federal e também da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, ambas com o objetivo de apurar irregularidades na Petrobras, estariam envolvidos em corrupção. A ordem no Congresso era evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
Vitória de Pirro remete a expressão histórica que representa uma Vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para Vitórias consideradas inúteis. Em que pese a atuação criminosa dos investigados no sentido de impedir o sucesso da apuração dos fatos na CPI/Senado e CPMI/Congresso Nacional, tal fato se mostrou inútil frente aos resultados das investigações realizadas no âmbito da denominada Operação Lava Jato.