O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) antecipou da abertura da Copa, no próximo dia 12, para a próxima sexta o prazo para que o governo atenda às reivindicações em troca do não fechamento de avenidas em áreas de jogos.
A menção à sexta é por conta do amistoso da seleção brasileira, que joga contra a Sérvia no estádio do Morumbi.
Outro evento em que os sem-teto ameaçaram intervir é a reunião da Fifa em São Paulo, na semana que vem, em um congresso técnico que acontecerá em um hotel da zona sul de São Paulo.
Os avisos foram divulgados ao final do quarto ato contra a Copa organizado pelo movimento, o qual, segundo os organizadores, reuniu 25 mil pessoas. A Polícia Militar contabilizou 12 mil manifestantes.
O protesto, que transcorreu pacífico, chegou a bloquear os dois sentidos da Radial Leste, uma das vias mais congestionadas de toda a cidade.
O ato foi encerrado em frente ao estádio Arena Corinthians, que sediará, no dia 12, a abertura da Copa. No local, os sem-teto aplaudiram os trabalhadores da obra, e foram aplaudidos de volta.
“Se até sexta as nossas reivindicações não tiverem uma resposta, não sei se a torcida vai conseguir chegar a esse jogo no Morumbi. E semana que vem o povo vai de penetra no congresso que a Fifa, a entidade mais corrupta do mundo, fará em um hotel de luxo da zona sul”, disse, em cima de um carro de som, um dos coordenadores nacionais do MTST, Guilherme Boulos. “Se o governo quer se fazer de surdo, vamos nos fazer ouvir”, completou.
Conforme a liderança, “o movimento está de braços abertos em busca de uma solução”. “Não queremos violência, nem conflito. Mas o povo organizado é mais forte que qualquer Exército, que qualquer polícia”, definiu.
Moradores de mais de 20 ocupações, segundo o MTST, participaram do ato de hoje –da Copa do Povo, próximo à arena, a ocupações de Taboão da Serra e imediações.