Mais de dois anos após os britânicos votarem para se separar da União Europeia, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e os líderes dos países-membros do bloco aprovaram na manhã deste domingo um acordo de 585 páginas que estabelece os termos do divórcio.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comunicou o fato por meio de sua conta oficial no Twitter. “Os 27 membros da UE endossaram o Acordo de Retirada e a Declaração Política sobre as futuras relações entre UE e Reino Unido”, escreveu Tusk no microblog.
Agora começa a parte mais difícil. Primeiro, May enfrenta a disputa política de sua vida para conquistar apoio para o acordo no seu próprio Parlamento, que deve votá-lo no começo de dezembro.
Dezenas de companheiros de seu Partido Conservador, bem como o Partido Trabalhista, ameaçaram rejeitar o pacto. Se May perder, ela terá de correr contra o relógio para renegociar os termos – e garantir sua aprovação – antes que o Reino Unido tenha de deixar o bloco, no dia 29 de março de 2019.
Porém, os líderes da União Europeia já avisaram que se o Parlamento britânico rejeitar o acordo, não serão oferecidas condições melhores.
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse nesta manhã que o acordo foi “muito equilibrado”, sem vencedores ou perdedores. Ele alertou que, se o Parlamento votar contra, Londres terá dificuldades para negociar novas mudanças.
Mesmo que o acordo do Brexit seja aprovado pelo Parlamento, o Reino Unido irá iniciar negociações – que provavelmente levarão anos – para estabelecer novas relações de comércio e segurança com a União Europeia. Isso porque quando o país votou a favor da saída, ele efetivamente decidiu desfazer quatro décadas de tomadas de decisão conjuntas – sobre leis e regulações que abrangiam desde o compartilhamento de informações sobre criminosos e terroristas até normas alimentares e impostos – que regem a relação do Reino Unido com seu maior parceiro comercial
Como resultado, a menos de quatro meses para o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia continua como um salto no escuro, com empresas, bancos e famílias incertos de como se preparar.