Pedro Nascimento, Edição
O governo da Venezuela classificou nesta segunda-feira (22) de “irracional” a medida adotada ontem pelos Estados Unidos contra o país e condenou as ações unilaterais americanas. O novo decreto do presidente Donald Trump impõe limitações de ingresso nos EUA a cidadãos de oito nações, entre elas a Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores venezuelano disse em comunicado que o país “rejeita categoricamente a irracional decisão do governo dos Estados Unidos de considerar uma vez mais o nobre povo venezuelano como uma ameaça a sua segurança nacional, nesta ocasião sob falsos pressupostos que delineiam uma ameaça terrorista e à ordem pública americana”.
Segundo os EUA, o novo decreto de Trump, que entrará em vigor no dia 18 de outubro, pretende “melhorar a capacidade e os processos de vigilância para detectar a tentativa de entrada nos Estados Unidos de terroristas ou de outras ameaças à segurança pública”. Além da Venezuela, também estão na nova lista a Coreia do Norte e o Chade.
Segundo o decreto, a Venezuela foi incluída porque o governo do país “não coopera em verificar se seus cidadãos representam ameaças para a segurança nacional ou a segurança pública dos EUA”. As restrições de ingresso de venezuelanos são focadas em “funcionários do governo responsáveis pelas deficiências identificadas”.
A Chancelaria venezuelana criticou a medida, afirmando que as “ações inamistosas e hostis” dos EUA buscam estigmatizar o país com o “pretexto da luta contra o terrorismo”, deixando de fora da relação outros governos que seriam responsáveis por esse “flagelo”. Para o órgão, as ações são parte de uma “campanha de agressões sistemáticas” contra o país e que os EUA tentam justificar a luta contra o terrorismo para “alcançar objetivos políticos” e pressionar o governo chavista.
Para a Venezuela, os EUA estão violando os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas sobre o direito internacional e também às normas que devem reger as relações entre os países.
Nesse sentido, o país sul-americano afirma que “repudia as condutas imperiais” dos EUA e informa que, seguindo o princípio de reciprocidade, considerará as medidas necessárias para “defender o interesse e a soberania nacional”.