Foram feitos exames anuais de rastreio em cerca 46 mil mulheres com 50 anos ou mais de idade para detectar o nível do CA125. Cerca de 86% dos cânceres detectados nessas mulheres foram descobertos no início. A porcentagem é quase duas vezes maior do que a de outros métodos de rastreio de câncer de ovário, segundo a pesquisa.
O patologista clínico Helio Magarinos Torres Filho ressaltou que o estudo mostrou que os marcadores sorológicos conseguiram diagnosticar precocemente o câncer de ovário em casos que normalmente não eram detectados. “Alguns tipos de tumores mais agressivos, quando são detectados, já estão em estágio mais avançado, e a mortalidade é muito alta.
Com o diagnóstico precoce, as chances de sobrevida aumentam muito, comentou. “Com esse câncer detectado no início, a paciente tem mais de 90% de cura, mas quando é detectado em estágio mais avançado, a mortalidade aumenta consideravelmente”, esclareceu.
O médico destacou que a técnica não deve ser utilizada em todas as mulheres. “Há recomendação para os casos mais suspeitos, quando a paciente tem na família alguém que já teve esse tipo de câncer, quando há a descoberta de alguma estrutura suspeita. Aí, pode-se usar o marcador para se determinar se é um tumor ou se é maligno”.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Quando descobertos, aproximadamente três quartos já estão em estágio avançado. Em 2014, foram mais de 5.600 novos casos, com mais de 3 mil mortes 3.027, de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde.