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Novo planeta com o calor da Terra anima os cientistas

Foto/Divulgação

Uma equipe internacional de cientistas descobriu um planeta com tamanho e temperatura similares ao da Terra, situado a apenas 11 anos-luz do sistema solar, segundo informou nesta quarta-feira (15) o Observatório Europeu do Sul (ESO).

O planeta, que foi chamado de Ross 128 b, é o mais próximo já descoberto que orbita em torno de uma estrela anã vermelha inativa, o que pode aumentar a probabilidade de reunir as condições necessárias para abrigar vida, de acordo com estudo publicado pela revista Astronomy & Astrophysics.

A equipe responsável pela descoberta utilizou o caçador de planetas Harps (motor de busca de alta precisão por velocidade radial) da ESO, instalado no Observatório La Silla, do Chile.

O novo planeta é agora o segundo com temperatura similar à Terra mais próximo – após Proxima b – e será, de acordo com o observatório, um alvo perfeito para o telescópio ELT (Extremely Large Telescope) do ESO, capaz de buscar biomarcadores na sua atmosfera.

Segundo as observações feitas até agora, o exoplaneta de baixa massa orbita em torno da estrela anã vermelha Ross 128 a cada 9,9 dias, e espera-se que tenha temperatura superficial que pode ser similar à da Terra.

Apesar de estarem entre as mais comuns, as anãs vermelhas são boas para a busca de exoplanetas, por serem um dos tipos de estrela mais frias e frágeis do universo, embora muitas emitam labaredas que, ocasionalmente, banham de radiação ultravioleta letal e raios-X os planetas que as orbitam.

No entanto, parece que a Ross 128 b é uma estrela muito mais tranquila, de maneira que seus planetas possam ser os locais habitáveis mais próximos, ressaltou o ESO.

Embora esteja atualmente a 11 anos-luz da Terra, o astro se move em nossa direção e espera-se que se transforme no “vizinho estelar mais próximo em apenas 79 mil anos, um piscar de olhos em termos cósmicos”, passando a ser o exoplaneta mais próximo, destacam os cientistas.

Com os dados de Harps, a equipe descobriu que o Ross 128 b orbita 20 vezes mais perto de sua estrela que a distância entre a Terra e o Sol.

Apesar dessa proximidade, recebe apenas 1,38 vez mais radiação que a Terra e calcula-se que a sua temperatura de equilíbrio se encontre entre -60 e 20 graus Celsius, graças à natureza fria de sua pequena estrela anã vermelha, que tem pouco mais que a metade da temperatura superficial do Sol.

Os cientistas envolvidos nessa descoberta, liderados por Xavier Bonfils, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble (França), assinalam que o Ross 128 b parece ser um planeta “temperado”, mas, segundo o ESO, continua a incerteza sobre ele – se está dentro, fora, ou no meio da zona habitável, onde pode existir água líquida na superfície de um planeta.

Os astrônomos detectam cada vez mais exoplanetas “temperados”. A próxima etapa será estudar com mais detalhes as suas atmosferas, as suas composições e químicas em busca de biomarcadores, como o oxigênio.

Segundo Bonfils, as novas instalações do ESO terão papel fundamental para monitorar os planetas de massa parecida com a da Terra e depois observá-los com o ELT.

A descoberta de Ross 128 b, de acordo com Nicola Astudillo-Defru, coautor do artigo científico que apresenta o estudo e membro do Observatório de Genebra (Suíça), se baseia em mais de mais de uma década de acompanhamento intensivo com o instrumento Harps.

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