O Novo – partido formado majoritariamente por empresários – decidiu nesta terça, 9, após dois anos votando com o Palácio do Planalto, fazer oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Além disso, a legenda decidiu defender o impeachment do presidente da República, segundo revela o Estadão.
No segundo turno das eleições de 2018, o partido se declarou-se formalmente neutro na disputa, mas o então candidato e presidente da sigla, João Amôedo, fez oposição ao PT e depois admitiu ter votado em Bolsonaro.
A decisão do Novo diz que a legenda agora se posiciona como oposição ao governo federal. “Orientação esta que norteará desde já tanto nossas posições institucionais quanto nossas candidaturas para 2022”, afirma um trecho do documento.
Apesar da oposição ao governo, o Novo repudiou a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder do Novo na Câmara, deputado Vinícius Poit (SP), disse que a bancada permanecerá formalmente independente.
“Não vamos nos associar a qualquer legenda por oposição pura e simples. Temos nossos valores. Está claro que somos um partido que trabalha pela liberdade, ao contrário de outros partidos que defendem a benção do Estado para tudo”, argumentou Poit.
Citado pelo Estadão, Poit acentuou que “vamos nos opor ao governo como já vínhamos fazendo, quando não concordarmos com o que é proposto. Porém, votaremos a favor das pautas que acreditamos importantes para o País, ainda que isso signifique votar com o governo”, completou.
No Twitter, a vereadora Cris Monteiro, da bancada do Novo na Câmara Municipal de São Paulo, chegou a pedir o impeachment de Bolsonaro ao anunciar as novas diretrizes. “Somos OPOSIÇÃO ao Governo Bolsonaro! #ImpeachmentJa”, escreveu ela.
Para a definição do novo posicionamento, o Novo cita o abandono de políticas anticorrupção, o encerramento da Lava Jato, a atuação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e a conduta de Bolsonaro na pandemia de covid-19, entre outros pontos.