Marte Nobre, Edição
Presente e passado se encontraram na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, na noite do domingo (15). O show de reencontro com a formação original do grupo Novos Baianos encerrou o festival Eu Sou a Concha, que celebrou a reabertura do espaço. Canções que fizeram parte dos dez anos de trajetória do grupo (entre 1969 e 1979) levaram o público a reações variadas, como em Dê Um Rolê, terceira canção do show, quando as pessoas cantaram junto com os músicos, aos gritos e aplausos.
A socióloga Jaqueline Portela, de 28 anos, era uma delas. Acompanhou quase todas as canções, junto com a banda. O segredo, ela diz, é a admiração pela qualidade das músicas. “Amo essa banda, conheço a obra deles, o show está espetacular, maravilhoso. Quando vi que eles estariam aqui na Concha, com a formação original, quase não acreditei, porque embora não sejam da minha época, eu gosto muito e sei do legado da obra deles que chegou a mim. É espetacular essa oportunidade, estou extasiada”, disse a baiana.
Durante a apresentação, o poeta e compositor Luiz Galvão também participou da interação com o público, quando declamou um de seus poemas, em parceria com Moraes Moreira, chamado Amar-te. Ele é autor ainda de Acabou Chorare e Preta Pretinha.
Também no repertório de Novos Baianos, músicas clássicas que resistiram ao fim da banda e ao tempo em que ficaram afastados. A Menina Dança, Samba da Minha Terra, Acabou Chorare, Preta Pretinha, Mistério do Planeta se somaram a músicas cantadas em homenagem a João Gilberto, cantor baiano precursor da Bossa Nova, a quem Baby Consuelo – vocalista dos Novos Baianos – definiu, no palco, de mentor espiritual do álbum Acabou Chorare, lançado pelo grupo, na década de 70, e considerado o melhor álbum brasileiro de todos os tempos, pela crítica musical.