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Núcleo Bandeirante ganha a cada dia cara de cidade de gente com o diploma na mão

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Rafael Alves

A população com ensino superior completo no Núcleo Bandeirante chegou a 20,6% em 2015. O número é 2,59 pontos porcentuais maior que o medido em 2013. Dos moradores de 18 a 25 anos, 46% estudam. Desses, 36% fazem alguma faculdade. Os dados são da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) divulgada na tarde desta quarta-feira (17) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

A região que abrigou pioneiros de Brasília na década de 1960 tem atualmente 8.330 domicílios urbanos, com predominância de casas e apartamentos. Todos eles contam com abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica, e 98% são atendidos com iluminação pública. Em 95% das residências visitadas durante a pesquisa, existe infraestrutura de ruas asfaltadas, meios-fios e calçadas, além de rede geral de esgoto.

Outro resultado da pesquisa é que 49% dos domicílios são alugados. O índice é o maior entre as 15 localidades nas quais o levantamento da Codeplan referente a 2015 foi concluído. “A tipologia urbana, com diversidade de comércio no térreo e residências nos andares superiores, incentiva e facilita o aluguel. São apartamentos menores”, explica Bruno de Oliveira Cruz, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas do órgão.

O Núcleo Bandeirante tem população urbana estimada em 25.072 habitantes. Em 2013, data da última Pdad, 23.714 pessoas moravam na região. Mais da metade (50,91%) encontra-se na faixa etária de 25 a 59 anos. Crianças de até 14 anos somam 17%, e os idosos representam 16%. A maioria da população (53,49%) é constituída por mulheres.

Renda e trabalho – A renda domiciliar mensal apurada na localidade, de R$ 5.226,97, é considerada média baixa pela Codeplan. A per capita é de R$ 1.842,38. Segundo a Pdad, a posse de bens da população subiu significativamente em 2015: 73,60% dos domicílios têm pelo menos um automóvel; em 2013, esse número era de 66,80%. A quantidade de residências com TV por assinatura também é maior. Passou de 44,40% em 2013 para 59,20% em 2015.

Dos moradores do Núcleo Bandeirante, 32,03% trabalham na própria região. Outros 40,73% atuam no Plano Piloto. Os trabalhadores desempenham atividades predominantemente no comércio (35,70%), na administração pública (21,72%) e em serviços gerais (13,57%). A construção civil representa 2% dos empregos.

Além do diretor Bruno Cruz, participaram da divulgação de hoje na sede da Codeplan o presidente da companhia, Lucio Rennó, o gerente de Estudos Urbanos da Diretoria de Estudos Urbanos e Ambientais, Sérgio Jatobá, a gerente de Pesquisas Socioeconômicas, Iraci Peixoto, e o administrador regional do Núcleo Bandeirante, Cleudimar Sardinha.

História – Um dos principais núcleos de povoamento do DF anteriores à inauguração de Brasília, a região chamava-se Cidade Livre, porque o governo permitiu que os comerciantes ficassem isentos do pagamento de impostos.

Em 1956, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) construiu as principais avenidas da então Cidade Livre. O local estava destinado a ter uso exclusivamente comercial — por isso, não eram fornecidos alvarás para residências — e temporário: a existência estaria limitada ao período da construção de Brasília, até 1960.

Com a inauguração da capital, os comerciantes foram transferidos, mas os moradores reivindicaram a fixação. Em 1961, toda a área foi batizada de Núcleo Bandeirante e, em 1989, tornou-se região administrativa.

De acordo com a Pdad 2015, 54,35% dos moradores são imigrantes. Desse total, 48,16% são naturais do Nordeste; 29,08%, do Sudeste; 14,19%, do Centro-Oeste (menos o Distrito Federal); 5,02%, do Norte; e 1,47%, do Sul.

O estudo relativo ao Núcleo Bandeirante foi feito em setembro de 2015, com a amostra de 500 domicílios. Atualmente as equipes da Codeplan estão em campo nas regiões do Jardim Botânico, do Park Way e de Taguatinga.

Agência Brasília

 

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