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Nudez no Planalto provoca demissão sumária

Tânia Monteiro

Na noite do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto viveu uma situação inusitada. Um ensaio fotográfico de nu artístico foi realizado no quarto andar do palácio, um acima do gabinete do presidente Michel Temer.

O trabalho foi desenvolvido pela artista plástica e maquiadora Ana Siqueira, que pinta modelos com reproduções do artista Athos Bulcão. A pintura, nesse caso, foi feita em uma modelo, que teve seus seios e braços pintados iguais aos azulejos de Bulcão, que, ao final, se confunde com a parede.

A performance artística passaria despercebida se o local não fosse o palácio e o horário, entre as 22 horas e as 2 horas, não tivesse sido a noite de um dia tenso, quando Dilma, no início da tarde, foi afastada definitivamente e Temer inaugurava seu governo efetivo. No momento do ensaio, Temer estava voando para a China.

A movimentação, apesar da hora, provocou curiosidade de funcionários do Planalto e da segurança, que não havia sido avisada. A autorização para a realização do ensaio foi dada pela funcionária da Coordenação de Relações Públicas da Presidência (Corep) Anna Karina Maiorana, que exercia função comissionada, e foi demitida por isso.

A Secom disse que “não autorizou” a realização do ensaio e que o trabalho “extrapolou qualquer autorização”. Considerou ainda que “houve uma certa permissividade no ambiente do Planalto” e que “não houve” autorização para realização de vídeo.

A gravação foi feita pela própria artista plástica e pelo fotógrafo Kazuo Okubo e postada no Facebook. Durante a execução dos trabalhos, Ana ironiza, dizendo que a equipe estava no Palácio do Planalto, que chama de a “Casa Branca” brasileira.

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