Embora a candidatura não decole, e mesmo assim se ele bater o pé e mantiver as aspirações de ser eleito em outubro para o Palácio do Buriti, Izalci Lucas tem um fiel escudeiro. É o coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, pré-candidato a uma cadeira na Câmara Legislativa. Quanto a um eventual segundo turno, que não com o senador tucano, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal já tem decisão tomada: qualquer um, menos Ibaneis Rocha, virtual candidato à reeleição.
Nunes é filho de nordestinos, de verdadeiros candangos que vieram para Brasília na década de 1960 para ajudar a construir a cidade. Molharam a camisa para que Juscelino Kubitschek realizasse seu sonho. E é justamente em JK que ele se inspira.
O coronel Nunes nasceu no Hospital de Base e sempre estudou em escolas públicas. Morou em Ceilândia, Taguatinga e Águas Claras, mas, garantiu em depoimento a Notibras, tem um grande amor por todo o Distrito Federal. Esse sentimento, porém, tem o recheio de angústia, uma vez que ele, quando comandante da PM e depois como cidadão comum, conheceu as agruras do povo (a área de segurança andava bem das pernas naquela época, lembra), mas o afligia a falta de bons serviços de saúde, educação, habitação, transportes e assistência social que se arrastam até hoje.
“Sou dotado de um amor incalculável pela Polícia Militar e por Brasília, e como um policial de rua, estive diariamente junto com a tropa nas ruas. Por isso mesmo conheço perfeitamente o que ocorre no serviço operacional. Somente em Ceilândia, trabalhei por 10 anos. Fuii também Chefe do Serviço de Inteligência, Chefe do Estado Maior e Sub-Comandante Geral. Como Comandante, participei pessoalmente de todas as grandes operações realizadas pela corporação”, sublinha.
Mas sua ação não para por aí. O coronel Nunes comandou ainda as Polícias Militares e o Corpo de Bombeiros de todo o Brasil, quando presidiu o Conselho Nacional de Comandantes Gerais. Hoje, mesmo na reserva remunerada, é um dos principais defensores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, presidindo atualmente a Associação Nacional dos Militares Estaduais do Brasil.
Advogado, professor e escritor, mas sem dúvidas é como policial militar que mais se identifica. Realiza-se, literalmente, diz ele, quando está ao lado dos policiais, dos bombeiros e do povo.
Pelo que fez ao longo da carreira, o que faz hoje e pretende fazer pelos brasilienses, ele pretende usar de sua experiência, eventualmente ocupando uma cadeira de deputado distrital, para abrandar os momentos e questões mais críticas da sociedade. Mesmo porque, recorda, a bagagem é grande: atuou nas Olimpíadas, no processo de impeachment da ex-presidente Dilma, na desocupação do Hotel Torre Palace, na greve dos caminhoneiros, nas eleições 2018, além de várias outras grandes operações. E, mais importante, sem quaisquer traumas.
Nunes foi o idealizador e comandou a maior operação policial da história – a Tiradentes -, ocorrida em todo o Brasil em 2018, quando 5 mil criminosos foram presos em apenas 24 horas de trabalho. Mas seu trabalho não fica por aí. Ele lutou de forma incessante pelo nível superior na PM e no Corpo de Bombeiros, sendo o responsável pela criação da primeira faculdade pública federal em um órgão policial no Brasil, credenciada, autorizada e reconhecida pelo MEC. Vem a ser o Instituto Superior de Ciências Policias (ISCP) que atende policiais, militares e civis de várias forças e instituições com cursos superiores e pós-graduações de excelência.
Como defensor e incentivador da Educação, no Comando dele, dezenas de oficiais e praças tiveram oportunidade de fazer especializações, mestrados e doutorados em vários estados do Brasil e em vários países, como EUA, Chile, França, Inglaterra, Espanha e Portugal, entre outros.
Em seu comando, construiu as modernas instalações do Colégio Militar Tiradentes, com capacidade para três mil alunos, onde filhos de policiais, bombeiros e de toda a sociedade podem estudar gratuitamente. Ainda é da sua lavra a implantação do Termo Circunstanciado (TCO) na PMDF e em vários outros Estados do Brasil. A iniciativa é considerada uma verdadeira política pública de segurança, e que deu início em 2016 a uma queda de todos os índices de criminalidade na capital da República e que se sustenta até hoje.
Incansável, o coronel Nunes recriou o COPOM, serviço de atendimento de emergência policial 190, a Seops (Secretaria de Ordem Pública e Social), a análise criminal e os batalhões rurais. O batalhão turístico e o Batalhão da Estrutural também são do seu comando.
Todos os cursos realizados hoje na PMDF tiveram os concursos planejados e realizados no comando dele: CFP, CFO, CHOAEM, Banda de Música, a contratação dos médicos e dentistas.
Com um currículo desses, afirmam seus correligionário, o coronel Nunes não pode, nem deve, ser visto como um mero aventureiro em busca de uma vaga entre os distritais. Quem o conhece, sabe que é o seu lado humano que sempre fala mais alto. Ou, como afirma o próprio coronel Nunes, “as pessoas sempre são mais importantes do que as coisas”. E completa: “Gosto de gente, gosto de pessoas, gosto de ajudar. É para isso que os cargos existem: trabalhar, ser responsável e servir àqueles que precisam”.