Lá veio ela, atrasada, por estar em seu segundo dia do ciclo mensal. Mas por fim apareceu entre nuvens tênues. Surgiu entre brumas noturnas do litoral nordestino, onde o mar se mistura com o céu em um abraço cintilante, desenhando um espetáculo etéreo que desperta os sentidos mais profundos.
A chegada de mais uma Lua Cheia nessa terça, 26, na Praia das Conchas, em Barra de São Miguel, foi marcada como se o próprio tempo decidisse dançar ao ritmo das marés, anunciando sua entrada como um drama celestial. No horizonte distante, majestosa e imponente, ela começou sua jornada ascendente, envolta em mistérios e lendas que ecoam por séculos.
As nuvens, como cortinas de um teatro a céu aberto, deslizam lentamente, revelando e ocultando o esplendor lunar em um jogo de esconde-esconde cósmico. À medida que a Lua emerge entre as frestas das nuvens, sua luz prateada banha a paisagem costeira, transformando-a em um cenário de magia e encanto.
O mar, cúmplice silencioso dessa dança celeste, reflete seus raios prateados, criando um caminho reluzente em direção à praia. As ondas sussurram segredos antigos enquanto acariciam a areia, como se estivessem contando histórias do passado e do futuro em um idioma apenas compreendido pelo oceano.
Os coqueiros, testemunhas silenciosas desta cena, erguem-se altivos contra o horizonte, suas palmas balançando suavemente ao sabor da brisa noturna. À luz da Lua Cheia, suas silhuetas ganham vida, projetando sombras dançantes na areia, como guardiães de um mundo mágico que se revela apenas sob o véu prateado da noite.
Sob o olhar atento das estrelas cintilantes, a Lua Cheia manteve sua jornada ascendente, iluminando os corações de quem a contemplava com reverência e admiração. Nesta noite, no litoral nordestino, a magia do cosmos se manifestou mais uma vez em toda a sua glória. Parecia querer nos lembrar da infinita beleza e mistério que habitam o Universo ao nosso redor, ainda não atingido pela ação destrutiva do homem.