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Nova paixão

O dia em que Dinuh decidiu começar a pintar mandalas hindus

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Autor/Imagem:
Bianca Medrado - Foto Reprodução/X

A tarde era de um domingo outonal. A brisa suave que atravessava a varanda parecia compor um Dó com o som distante das cigarras. Dinuh, um jovem de olhar curioso e cabelos sempre um pouco desalinhados, decidira passar o dia explorando uma nova paixão: a arte das mandalas budistas.

Tudo começara semanas antes, quando ele, passeando por um mercado cultural, se deparara com um monge que pintava pacientemente uma mandala de areia. Ele ficou hipnotizado pela precisão e pelo ritual. O monge explicara que cada linha, cada cor, tinha um significado profundo, representando o universo, a impermanência e a conexão entre todas as coisas.

Agora, sentado no chão da sala, rodeado por tintas, pincéis e uma folha branca, Dinuh encarava o desafio de criar sua própria mandala. Ele não era um artista profissional, mas sentia que essa experiência era mais do que apenas desenhar – era um ato de meditação, uma oportunidade de se encontrar em meio ao caos do cotidiano.

“A mandala reflete a alma”, ele repetia para si mesmo as palavras do monge, como se fossem um mantra. Cada traço que fazia no papel parecia carregar uma parte de si – seus medos, esperanças, sonhos e memórias. As cores vibrantes que escolhia traduziam a energia que ele tanto buscava cultivar em sua vida.

Enquanto trabalhava, Dinuh sentia o tempo se dissolver. Era como se o ato de criar aquela mandala o transportasse para outro estado de consciência. Ele não pensava no futuro, nem no passado; estava completamente imerso no presente. Quando terminou, horas depois, o sol já se punha, e a sala estava banhada por um tom alaranjado.

A mandala que surgira no papel não era perfeita. As linhas estavam tortas, os círculos não eram exatamente simétricos, mas havia algo de incrivelmente belo nela. Era autêntica, como a própria jornada de Dinuh.

Ele olhou para a mandala e sorriu. Percebeu que, assim como na vida, o valor não estava na perfeição, mas no significado que damos às coisas. A arte que criara não era apenas um desenho; era um reflexo de sua essência, de sua busca por equilíbrio e harmonia.

Naquela noite, ao guardar os materiais de pintura, Dinuh sentiu-se em paz. Ele soube que aquela mandala não seria a única. Outras viriam, cada uma trazendo novos aprendizados, novas descobertas sobre si mesmo e sobre o mundo. Ele sabia que a jornada com as mandalas budistas estava apenas começando.

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