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Jânio bebeu mais uma no palco de Chaplin e Collor virou presidente

A propósito de presidentes da República, existem os que se apagam na memória popular, mas ganham o folclore dos botequins. Jânio Quadros foi um desses.

Acumulou histórias sempre embebidas em puro malte. Jânio construiu uma lenda líquida.
Augusto Marzagão, eterno assessor de Jânio, alimentava o projeto de vê-lo novamente presidente. Quem sabe, resgatar o passado? Na eleição de 89, aquela que Collor venceu, Jânio Quadros foi candidato.

Prometeu a Marzagão nunca mais tomar um drinque. Foi à Grécia para um tratamento de telassosterapia. Ou seja, banhos de mar para curar antigas ressacas.

Curado, ou não curado, foram a Londres. O primeiro teste seria um almoço-lançamento da candidatura com correspondentes brasileiros. Nada de álcool – foi a regra imposta por Marzagão.

Mas, vá fazer um almoço político com jornalistas sem um drinque. Impensável. O garçom passou com uma bandeja com drinques leves para a hora. Jânio contido, só olhando.

Marzagão, monitorando-o e lhe passando bilhetinhos de lembretes.

Até que o candidato não mais suportou a secura.Pegou um drinque na bandeja e entornou uma dose. Outra e mais outra. A candidatura presidencial acabou ali mesmo, com a língua enrolada de Jânio contando casos engraçados de si mesmo ,numa jornada de autopiedade.

Acabou nas margens do Tâmisa, onde antes Chaplin havia brilhado interpretando um velho e decadente palhaço.

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