O ônus de quem mora nas comunidades ‘pacificadas’
Publicado
emAlém do fato da pacificação de comunidades com UPPs estar se revelando uma farsa com o retorno de tiroteios no Complexo do Alemão e na Rocinha, por exemplo, moradores destas áreas sofrem com a alta da conta de luz, ausência de políticas sociais do estado e aumento também do IPTU. Somando-se a isso, policiais que vivem em comunidades e têm familiares ameaçados por criminosos.
A Redação de NOTIBRAS recebeu denúncia de um PM, que por temer represálias, preferiu se manter no anonimato. Segundo ele, moradores não estão satisfeitos com as UPPs “Alguns moradores que informaram não estarem satisfeitos com as UPPs, motivos: Após a entrada da PM tiveram suas contas de luz aumentada em 500%, onde nem vendendo seus aparelhos de ar condicionado e refrigeradores pagavam suas contas, isso para eles era revoltante; os programas de saúde em casa nunca apareceram, cestas básicas não era mais suficiente, o lixo continuava nas ruas, o imposto mais alto que nunca, IPTU; as contas de água foram cobradas á quem nunca havia pagado. Os que confiaram na policia, realizando denúncias, foram perseguidos e ameaçados pelos bandidos que retornavam ás favelas. Alguns deles tiveram que indenizar os traficantes por perdas, aos quais foram culpados, para não terem suas famílias mortas.
Agora o pior: “Policiais ameaçados por moradores que conheciam familiares deles, sabendo onde os policiais residem quem são seus pais e até seus filhos e necessidades”! Como pode funcionar um programa onde o combate ao crime se faz com agentes que moram mal e tem em sua profissão ameaças de morte de seus parentes? Fora o que todos já sabem policiais femininas que tem que usar banheiros de bares que não as atende, militares que são sujeitos a tratamento de cachorro ou pior!
Por isso digo lhe o seguinte: As UPPs não interessam a ninguém!O que “penso”: Os meliantes não fazem mal aos que eles respeitam, pois nasceram e cresceram juntos, onde moram conhecem a todos, todos os conhecem e não há risco de vida para quem não tem envolvimento com o crime! Mas quando ele é expulso de sua comunidade, aí sim ele começa a ter que sobreviver aonde ele é estranho, matando e roubando se necessário, pessoas que ele não conhece”, disse a denúncia do PM.
O policial sugere que a Polícia Federal impeça os traficantes de receberem armamento. “Tem que haver um sufocamento da chegada de materiais de abastecimento aos traficantes, isso não é feito apenas com policia militar, mas sim com a Policia Federal, é sua missão! As armas que são usadas são de responsabilidade do CMT do Exercito, por que policiais militares são expostos ao combate e a usurpação de função desnecessária, com desgaste do estado e do poder público, em ações sem nenhum trabalho de inteligência e informações? Os presos que cometem crime federal, podem e devem ser mandados para prisões federais! Os pequenos distúrbios, sim são de competência da policia militar.
Os coronéis nunca pisam no local onde comandam, e conversam com as pessoas, moradores e policiais, como deveriam, deixaram os “elos de ligação”á parte, não dão valor ao conhecimento dos sargentos e cabos, os quais são oriundos de uma sociedade que vive a realidade dos cidadãos! Não cometam o mesmo erro, valorizem o conhecimento dos mais antigos, não continue com essa política de pacificação! Não interessa a ninguém, a comunidade é como um órgão, precisa de policia para assuntos de policia, não para política! Temos e devemos que combater o tráfico, mas como disse, dando a cada um a sua competência, se não os únicos a se desgastarem são: a policia e o governo. Segurança Pública é responsabilidade de todos! Dividindo a carga com responsabilidade, não cometerão injustiças com ninguém!
Operação – A PM, com cerca de 500 homens, fez hoje de manhã uma megaoperação no Complexo do Alemão. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, dez unidades da rede foram fechadas, com 4.015 sem aulas. Já os colégios estaduais da região funcionaram normalmente.
De acordo com a assessoria de imprensa do Comando de Polícia Pacificadora (CPP), o objetivo da ação foi realizar um cerco e uma varredura para reprimir o tráfico de drogas e outros ilícitos. Além do efetivo de diversas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) participaram da operação, PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Ações com Cães (BAC), Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e o Grupamento Aeromóvel (GAM).