Em 2014, Kylie Jenner fez sucesso com os lábios carnudos. Apostou no preenchimento labial e criou um fenômeno entre mulheres obcecadas pelo bocão. Em julho de 2018, a empresária apareceu com os lábios mais finos e levantou um questionamento entre os seguidores do Instagram: ela teria removido o preenchimento labial? Em resposta a uma seguidora, ela confirmou que se livrou das substâncias e por isso seus lábios estavam mais finos.
Assim como Kylie, outros adeptos a procedimentos estéticos podem ter interesse em reverter a intervenção para retomar o visual antigo, ou procuram a remoção após o surgimento de problemas, como infecções ou feridas.
No consultório do dermatologista Murilo Drummond, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, a porcentagem de pacientes que retornam para realizar a remoção de algum procedimento estético gira em torno de 5%. “O mais pedido é o procedimento para dissolver excessos com a hialuronidase”, explica, citando a enzima utilizada para diluir ácido hialurônico.
Geralmente, o ácido hialurônico é utilizado em preenchimentos labiais e pode ser removido em qualquer momento por meio de um procedimento simples. No entanto, a situação fica mais delicada caso tenham sido usadas outros tipos de substâncias para definir e aumentar os lábios. De acordo com Luciana Molina, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, o PMMA (polimerilmetacrilato) apresenta mais riscos de complicações e, para sua remoção, é necessário realizar uma cirurgia. A dermatologista ainda indica que a região que tem mais pedidos para remoção de ácido hialurônico são os lábios, “por exageros no seu uso e efeitos não desejados e artificiais”.
À medida em que a procura pela extensão de cílios aumenta, cresce também os pedidos de remoção do procedimento estético, principalmente para corrigir resultados insatisfatórios. De acordo com Carina Arruda, fundadora da Mylash, empresa referência na técnica no Brasil, é possível remover o alongamento de cílios a partir de qualquer momento, utilizando um produto químico que dilui a cola. Se a remoção for motivada por reações alérgicas, a profissional enfatiza que o procedimento deve ser feito sem qualquer produto químico, de forma que não danifique os cílios naturais e não cause incômodo na cliente.
A micropigmentação de sobrancelhas, outro procedimento que tem altos índices de trabalhos mal sucedidos, também pode ser removida. “O ideal é fazer após um mês, porque só sabemos se o resultado foi satisfatório ou não após a cicatrização, que leva em torno de quatro semanas. Outro motivo pela espera é evitar agredir a pele que ainda está sensível neste tempo”, explica Raphaella Bahia, especialista em micropigmentação da FR Microcenter. O processo é feito com o mesmo laser usado em remoção de tatuagens e o número de sessões necessárias varia de caso para caso. Após a remoção total, indica-se que a cliente espere no mínimo um mês para refazer a micropigmentação.
No caso de implantes mamários, é bastante incomum haver solicitações de remoção, porém não impossível. “Tecnicamente, o implante de mama pode ser removido a qualquer tempo. O procedimento cirúrgico para remoção dura em média 90 minutos, isto porque, normalmente, o implante é trocado e não apenas removido. Ou seja, após a retirada, outro é colocado no lugar. Quando o implante é removido e nenhum outro é colocado no lugar, o que é raro, geralmente é necessário combinar o procedimento de remoção com a mamoplastia”, esclarece Marcelo Olivan, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Além do implante mamário, o implante de glúteos também pode ser removido por meio de cirurgia.