Rei sem coroa
O refluxo de Lula no Nordeste e a dura realidade
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Não faz muito tempo, o Nordeste era chão firme para o ex-presidente Lula — bastava pisar que o povo vinha junto. Era abraço caloroso, voto certo, e palanque garantido. Mas os ventos mudam, até mesmo onde o sol é quente e o coração é mole. Hoje, parece que algo começa a escapar pelos dedos do lulismo na terra que o acolheu como filho.
As pesquisas mostram uma erosão lenta, quase silenciosa, mas insistente. O eleitor nordestino, calejado de promessas e sobrevivente de muitas crises, já não entrega o voto de olhos fechados. Agora, ele quer resposta, quer presente — não passado. Não basta mais o carisma; é preciso governo.
Lula sente. E quem está ao redor também. A base aliada, antes coesa, começa a ranger. O centrão fareja instabilidade e testa limites. As tensões se acumulam, ministros se digladiam, e a tal “governabilidade” vira malabarismo. O próprio PT se inquieta: como sustentar um projeto que começa a perder onde era mais forte?
A verdade é que o Brasil de 2025 não aceita mais nada além da realidade. Acabou o cheque em branco. O eleitor quer o prato cheio, o salário que dá conta do mês, o transporte que não atrasa, a saúde que atende. Quer o agora, não o “foi” nem o “quem sabe”.
Lula, o político das multidões, enfrenta agora o desafio de se reinventar como gestor do presente. Porque o Nordeste — como todo o país — já não se encanta com promessas. Ele quer resultado. E quer pra ontem
