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Bahia

O voo interrompido do menino que usou na veia líquido de borboleta

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Autor/Imagem:
Karolyne Alcântara - Foto Editoria de Artes/IA

Ninguém sabe ao certo de onde ele tirou a ideia. Talvez um vídeo perdido na internet, um comentário em um fórum obscuro, uma conversa entre amigos tentando decifrar os segredos da natureza. O fato é que, naquela tarde abafada do interior da Bahia, um adolescente acreditou que poderia voar. Não com asas, mas com o próprio sangue. E, para isso, injetou um líquido extraído de borboletas.

Não demorou para que o experimento se transformasse em tragédia. O corpo não entendeu aquela invasão insólita, reagiu com febre, delírios, uma corrida desesperada ao hospital. Os médicos tentaram salvar o menino, mas não havia protocolo para algo tão improvável. O organismo sucumbiu. A notícia se espalhou rapidamente, misturando perplexidade e horror. Como alguém teve essa ideia? De onde veio a crença de que o fluido de um inseto poderia trazer algum tipo de benefício?

O caso virou manchete, alimentou debates, gerou teorias. Alguns culparam a internet, essa terra sem dono onde qualquer absurdo ganha ar de ciência. Outros apontaram para a curiosidade juvenil, esse motor de descobertas e, às vezes, de desastres. O que ninguém soube responder foi o que exatamente o garoto buscava. Era um sonho de transcendência? Um desafio ao desconhecido? Ou apenas um erro fatal nascido da ingenuidade?

Seja como for, ali terminou o voo que nunca começou. A borboleta, símbolo de transformação e renascimento, virou um paradoxo cruel. E a história do menino que tentou tocar o impossível ficou como um alerta silencioso sobre os perigos da desinformação e da sede humana por ultrapassar limites sem medir as consequências.

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