O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), Ibaneis Rocha, se manifestou contrário ao pedido de registro do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa para exercer a advocacia. Para Rocha, Barbosa feriu o requisito da idoneidade moral na forma com que tratou os advogados durante seu mandato no STF.
Ibaneis Rocha tomou a iniciativa como advogado, e não na qualidade de presidente da OAB-DF. Uma comissão de seleção vai decidir se concede ou não o registro. Se for barrado, Barbosa poderá inclusive recorrer ao Judiciário.
Barbosa deixou o Supremo neste ano, ao antecipar sua aposentadoria. Ele entrou com pedido para reativar sua carteira no último dia 19.
Como argumento para a impugnação do registro, Ibaneis usou diferentes episódios que originaram protestos de advogados contra Barbosa. O mais recente foi um desagravo público que a OAB-DF fez ao advogado José Gerardo Grassi, que ofereceu trabalho ao ex-ministro José Dirceu, preso após o julgamento do mensalão. Barbosa considerou a oferta uma “ação entre amigos”.
Em 2006, a ordem também fez um desagravo ao ex-ministro do STF Maurício Corrêa, que na época exercia a advocacia. Barbosa disse, na época, que o profissional estaria fazendo tráfico de influência na Corte.
O parecer de Rocha também cita outros episódios, como o da expulsão do advogado Luiz Fernando Pacheco, que foi expulso do plenário por decisão de Barbosa quando tentou apresentar uma questão de ordem sobre o mensalão em um julgamento sem relação com o escândalo.
Em sua conta de Twitter, Joaquim Barbosa apenas afirmou nesta tarde ter registrado suas digitais para a nova carteira da OAB. “Ontem, 29/9, às 15h, apus minhas impressões digitais ao pedido de reinscrição na OAB-DF. A original datava de março de 1980”, escreveu.