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Obama cai de pau em Trump na convenção que confirmou Hillary Clinton candidata

Cláudia Trevisan

No mais importante discurso da convenção democrata, o presidente Barack Obama refutou nesta quarta, 27, o cenário apocalíptico desenhado pelo republicano Donald Trump na semana passada, apresentou uma visão confiante da democracia americana e disse que seus cidadão não desejam ser dominados.

“Nós não somos um povo amedrontado. Nosso poder não vem de um salvador autoproclamado que promete que pode restaurar a ordem”, em referência à declaração de Trump de que é o candidato da lei e da ordem que poderá resolver todos os problemas do país.

Obama exaltou os valores, a cultura e o poder americanos e defendeu a “audácia da esperança”. O presidente pediu que os eleitores rejeitem o medo e elejam Hillary Clinton como a próxima presidente dos Estados Unidos. “Façam por Hillary o que fizeram por mim há oito anos”, afirmou.

Ao fim de seu discurso, a candidata que foi nomeada pelo partido na terça-feira surpreendeu o público, entrou no palco e abraçou Obama, o que levou a plateia aos gritos.

“Isso é a América. Esses laços de afeto, a fé comum. Nós não tememos nosso futuro, nós o moldamos, nós o abraçamos, como um povo mais forte juntos do que quando estamos sozinhos”, afirmou. “É isso que Hillary Clinton entende – essa lutadora, essa estadista, essa mãe e avó, essa servidora pública, essa patriota, essa é a América pela qual ela está lutando”, afirmou

O presidente usou a referência aos valores americanos para outro ataque indireto a Trump: “É isso por que os que ameaçam nossos valores, sejam fascistas ou comunistas, jihadistas ou demagogos domésticos, sempre vão falhar no fim”.

Obama foi ovacionado quando entrou no local da convenção do partido e foi recebido pelos delegados aos gritos de “yes, we can” (sim, nós podemos), o lema que moveu sua eleição presidencial. “Eu estou diante de vocês hoje à noite, depois de quase dois mandatos como seu presidente, para dizer-lhes que estou ainda mais otimista com o futuro da América.”

O presidente refutou o “ressentimento, acusações, raiva e ódio” que, segundo ele, marcam a campanha de Trump. “Essa não é a América que eu conheço”, afirmou. “A América que eu conheço é cheia de coragem, de otimismo, de criatividade. A América que eu conheço é decente e generosa”.

Obama disse que Hillary é a pessoa mais qualificada a disputar a presidência, mais do que ele próprio e o ex-presidente Bill Clinton. “Nada realmente prepara você para as demandas do Salão Oval”, disse. “Mas Hillary esteve naquela sala, ela foi parte daquelas decisões”, ressaltou. “Mesmo no meio de uma crise, ela escuta as pessoas, mantém a calma e trata a todos com respeito. Não importa quão assustadoras sejam as probabilidades, não importa quantas pessoas tentem derrubá-la, ela nunca, ela jamais desiste. Essa é a Hillary que eu conheço. Essa é a Hillary que eu passei a admirar.”

Além de Obama, Trump foi atacado como uma fraude, um demagogo perigoso e uma ameaça para o futuro dos EUA pelo vice-presidente Joe Biden e pelo ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um independente que governou a maior cidade do país por 12 anos. Todos defenderam de maneira apaixonada a candidatura de Hillary, que venceu a nomeação do Partido Democrata na terça-feira.

Biden incendiou os democratas na Filadélfia ao descrever o bilionário como um cínico desprovido de compaixão que tem prazer em dizer “você está demitido”. Bloomberg questionou o sucesso empresarial de Trump, disse que ele é um “perigoso demagogo” e o acusou de hipocrisia. “Eu sou um nova-iorquino e eu reconheço um vigarista quando vejo um”, declarou o empresário.

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