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Cartas na mesa

Odebrecht entrega Lula, o ‘Amigo’ na conta do roubo

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Marta Nobre, Edição

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi um dos beneficiários do esquema de corrupção encabeçado pela empreiteira Odebrecht nos desvios de recursos da Petrobras. A revelação foi feita nesta segunda-feira, 10, por Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo que leva o seu nome.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba – onde se encontra preso – o mega-empresário também confirmou que o ex-ministro Antônio Palocci recebeu o codinome de Italiano, também nas mesmas planilhas.

Odebrecht falou na Operação Lava Jato na condição de delator. Assim, foi obrigado a responder a todas as perguntas, diferentemente da primeira vez em que foi ouvido por Moro, ainda em 2016 – na ocasião, limitou-se a entregar esclarecimentos por escrito, não respondeu nenhuma indagação do magistrado e acabou condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de propinas e cartel na Petrobras.

Nesta ação que o levou a novo encontro frente a frente com Moro, Odebrecht é réu ao lado de outros 14 acusados, entre eles Palocci, que, segundo o Ministério Público Federal, teria recebido propinas de R$ 128 milhões da empreiteira.

Relatório da Polícia Federal entregue ao Ministério Público Federal e ao juiz Moro já havia cravado que o ‘amigo’ da planilha de corrupção era uma alusão a Lula. A defesa do petista nega taxativamente envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade.

Ainda segundo o site O Antagonista, o empresário confirmou a Moro que tentou avisar o governo Dilma do risco de que a Lava Jato pudesse chegar à conta secreta do marqueteiro João Santana – das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014). Odebrecht teria ido até o México alertar pessoalmente a então presidente, mas ela não teria demonstrado preocupação.

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