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Odebrecht, Santana e Vaccari dão mais caldo às operações Acarajé e Xepa da Lava Jato

Felipe Meirelles, Edição

Após um curto silêncio, os procuradores da Operação Lava Jato voltaram a se manifestar na tarde desta quinta-feira, 28, para apresentar novas acusações feitas pela força-tarefa. Durante entrevista na sede do Ministério Público Federal do Paraná, em Curitiba, foram denunciados os investigados na 23ª e na 26ª fases, chamadas de Acarajé e Xepa, respectivamente.

Ao todo, são 17 denunciados. Na primeira leva, estão o marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, além do acusado como operador de propina Zwi Skornicki. Também fazem parte da lista os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Eduardo Musa e Pedro Barusco, além de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e João Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil.

Na segunda parte das denúncias, referentes à Odebrecht, estão o ex-presidente da empresa Marcelo Bahia Odebrecht, que continua preso, e sua secretária Maria Lúcia Guimarães Tavares, que fez delação premiada. Também figuram executivos da empreiteira, como Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares.

Santana, Moura e Vaccari também estão citados na segunda denúncia. Os outros eram funcionários da Odebrecht. As acusações são basicamente de corrupção e lavagem de dinheiro, estimados em milhões de dólares.

São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o “departamento de propinas” da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobras no Senado e no Congresso em 2014.

Até hoje a operação já apresentou 37 denúncias contra 179 pessoas acusadas de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros. Das 37 acusações, o juiz Sérgio Moro já proferiu sentença em 18 ações penais, contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete meses de prisão.

Os investigadores apontaram o pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já são 65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação.

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