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Oferta de propina de 32 milhões cria vácuo na ocupação do Centrad

José Seabra

Se o governador Rodrigo Rollemberg não determinou a suspensão do processo de ocupação do Centro Administrativo do Governo de Brasília, em Taguatinga, ainda está em tempo de fazê-lo. O comentário, em tom de alerta, é de membros do Ministério Público, que decidiram se debruçar sobre suposta oferta de propina para que assessores do Palácio do Buriti apressassem o recebimento do Centrad.

Os valores oferecidos somariam 32 milhões 500 mil reais, cash. Um dos assessores do Palácio do Buriti, surpreso com o assédio, pediu em quatro reuniões seguidas, todas no mesmo dia, que os interlocutores se retirassem da sua sala. Em seguida, levou o fato ao conhecimento da secretária Leany Lemos.

A partir do comunicado à secretária, em meados de dezembro do ano passado, o caso de propina foi teoricamente sepultado. É isso que intriga o Ministério Público. Afinal, segundo relato que chegou aos promotores, o único fato concreto conhecido foi a demissão do assessor que denunciou a oferta de vantagens financeiras. A partir daí, o processo continuou a ser tocado como se nada tivesse acontecido.

Os mais de 32 milhões em propina viriam de três fornecedores diferentes: área de Tecnologia da Informação, 1 milhão; mobiliário, 27 milhões (duas parcelas de 17 e 10 milhões de reais, cada); e blindagem, 500 mil. A esses valores, devem ser somados mais 4 milhões de reais, para que fosse reconhecida a caducidade do processo, que se arrasta desde o governo de Agnelo Queiroz.

A mesma manifestação de preocupação levantada pelo Ministério Público, e que chegou ao conhecimento da secretária Leany Lemos, também foi levada ao secretário da Casa Civil Sérgio Sampaio e à procuradora-geral Paola Aires Corrêa Lima. Não se sabe qual o grau de envolvimento nessas denúncias, do consórcio que construiu o Centrad.

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