Ansiedade
‘Olá, mundo que gira… trague meu coração e essa maldição que me golpeia’
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A verdade é que a gente não se precipita, a gente se atira. De corpo e alma, esquecendo a importância do pé no chão.
Essa impaciência me aflige, como a espinha que ficou de molho alguns dias até explodir bem embaixo do nariz. A pororoca que nos leva rio abaixo, ou melhor, vulcão acima. Escorrendo e derretendo a ansiedade travessa.
Na orgia de um desespero obtuso, pego-me sem escolhas a farfalhar pelo breu ditoso volumoso que engole o resquício de saliva escondida no canto da gengiva.
Olá mundo! Não volte, gire! Trague meu coração e essa bizarra maldição que me golpeia com palavras não ditas!
Quero, quero sim afundar na paz muda colorida que se pinta de branco, gritando para que eu vá encontrá-la. Só esqueceu de avisar que a contagem era infinita. E a dor volta a galope, tropeçando pelo meio fio. Diriam até que malabaristas sentiriam inveja da minha tremenda falta de tato, ou melhor, falta de foco. Ah, porque eu, destrambelhada e — Terra chamando! — não me convenço de que as coisas são e são mesmo não tendo tempo para saber.
Ora, você já parou de girar? Sem chance de sentir a ansiedade lhe perseguindo sorrateira pelas fendas da sua mente trambiqueira. E, o que era para ser fácil: dois riscos, um na horizontal e outro na vertical, protegendo-me da chuva decana nunca dão sinal de vida. Mas, como mágica, bem lá no fim do túnel, depois de fugir tanto tempo encharcada, afobada e deprimida, olho para cima e o letreiro neon chama minha atenção:
Parabéns! Você correu até aqui! O que teria acontecido se você não tivesse paciência desde o início?
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