Adeus, plástico
Olha aí… tem glitter ecológico para pular o carnaval
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emNem só de folia é um feito um carnaval. Mesmo durante o período de festas e blocos de rua é preciso tomar decisões conscientes. Uma delas é sobre o glitter e isso não diz respeito à moda. É uma questão de necessidade mesmo eliminar o consumo de plástico. Mas não precisa reduzir o brilho, basta optar por cosméticos que não têm micro pedaços do material sintético.
Marina Marcucci, diretora de conteúdo do projeto Menos 1 Lixo, explica que as marcas “amigas do planeta” oferecem glitter biodegradável com matérias-primas como algas, minerais, pó de mica, aloe e vera, ágar-ágar, babosa e amido de milho. Os corantes desses cosméticos ecológicos podem ser alimentícios e orgânicos.
O glitter sustentável começou a ganhar força em 2018, mas neste ano também existem lançamentos e produtos selecionados que merecem destaque.
“É preciso se empoderar desse processo e ler o rótulo. Se for biodegradável, você vai entender todos os componentes”, afirma a diretora de conteúdo do projeto Menos 1 Lixo.
Também é importante avaliar a embalagem do produto. As melhores opções são as retornáveis que não geram mais um lixo; as biodegradáveis que são absorvidas pelo meio ambiente; ou as de vidro que possibilitam que o frasco seja reutilizado pelo consumidor.
O plástico é sempre a última opção. E se você pensa ‘ah mas dá para reciclar!’, saiba que a possibilidade até existe, porém não funciona muito bem por aqui. Marina conta que no Brasil apenas 3% dos resíduos desse material são reciclados. Portanto, a reutilização, seja do vidro ou do plástico, acaba sendo um caminho para ser mais sustentável.
No quesito embalagem ecológica, a fabricante artesanal Brilhow se destaca ao oferecer o cosmético em frascos de vidro ou em saquinhos biodegradáveis. Criada pelas biólogas marinhas Lilian Hill e Andressa Torres, a marca de glitter 100% biodegradável tem três produtos. O Escaminha é feito de ágar-ágar extraído de algas marinhas e corantes alimentícios e minerais. A Areia Mágica é um pigmento fino produzido com minerais e farinha de arroz. O cosmético chamado Estelar é feito de celulose de eucalipto sustentável.
Os carnavalescos sabem o que é continuar achando pontos brilhosos pelo corpo dias após a folia. De maneira simplificada, isso acontece também com o meio ambiente. Quando o glitter não é biodegradável, do corpo do folião os micro pedaços de plásticos vão parar no ralo do chuveiro, na rede de esgoto, nos rios, nos oceanos. Marina Marcucci, do projeto Menos 1 Lixo, afirma que não existe um sistema que seja capaz de filtrar e impedir que essas partículas caiam em nossas águas.
Até mesmo o pequeno glitter pode fazer diferença ao considerar que a contaminação dos oceanos com plástico é grave e é considerada uma “emergência global” pela Organização das Nações Unidas (ONU). No ano passado, António Guterres, secretário-geral da instituição, ressaltou que se o consumo de produtos plásticos continuar da mesma maneira, em 2050 haverá mais lixo plástico do que peixes nos oceanos.