Sem avanços nas negociações com os empresários, rodoviários das empresas que prestam transporte público decidiram em assembleia neste domingo (26) manter suspenso o uso dos ônibus “extras” que operam nos horários de pico no Distrito Federal.
Os coletivos são responsáveis por fazer apenas meia viagem – levam passageiros até a Rodoviária do Plano Piloto, mas não retornam ao ponto de origem.
Parte dos veículos ajudaria a reforçar o serviço de transporte em regiões afetadas pela greve dos metroviários, que pleiteiam a convocação de aprovados em concurso. Os rodoviários reivindicam aumento de 19,68%. Desse índice, 9,68% são referentes a perdas inflacionárias até 30 de abril. O Tribunal Regional do Trabalhou negou em caráter liminar o pedido do GDF de considerar ilegais as paralisações.
O ato atinge todas as 31 regiões administrativas. A única empresa com funcionamento normal é a TCB. Atualmente o salário dos motoristas de transporte público do DF é de R$ 2.121 e dos cobradores, R$ 1.108. O tíquete é de R$ 660. A categoria avalia a possibilidade de greve.
O último reajuste da categoria aconteceu em junho do ano passado, quando houve aumento de 10% no salário e 11% no tíquete alimentação e na cesta básica. Ao todo, o DF tem 12 mil rodoviários.
As assessorias das empresas afirmaram ainda não ter posicionamento a respeito das paralisações. O sindicato afirma que desde abril tenta discutir o aumento com as cinco empresas de transporte público, mas nunca recebeu contraproposta.
A alegação das companhias, de acordo com a entidade, é que elas estão endividadas, porque o governo tem atrasado parte dos repasses, incluindo o voltado a pessoas com deficiência. O GDF negou atrasos e disse que, entre janeiro e abril, repassou R$ 47 milhões às companhias.