Com pouca ou nenhuma inspiração para a política, suei lágrimas de prazer para escrever o artigo de hoje. Preocupado com a mesmice que é mostrar a enxurrada de malfeitos do Jair Bolsonaro à frente de um governo que ele nunca soube para que serviu, decidi tentar corrigir alguns velhos ditados, aos quais recorro com relativa frequência para ilustrar minhas narrativas. E fiz isso porque acho uma insensatez ficar lembrando para os patriotas de araque que, com apenas um mês e semanas de mandato, Luiz Inácio já entrou, sentou e gargalhou na Casa Branca, onde conversou amenidades e coisas sérias com o companheiro Joe Biden. Falaram, por exemplo, sobre a necessidade de pulverizar a extrema-direita do Jair e do Donald Trump. Ambos perderam feio e, tardiamente, descobriram que “os últimos serão…desclassificados”.
Lula e Biden resolveram se unir, pois sabem que “depois da tempestade vem a…gripe”. Escaldados pelo golpismo bolsonarista e trumpista, os dois líderes sabem que “devagar…nunca se chega”. Por isso, entenderam que “quem espera…fica de saco cheio” e resolveram contra atacar. Além da máxima de que “antes tarde do que…mais tarde”, eles têm apoio das potências econômicas e de todas as lideranças democráticas do mundo. Ou seja, não estão sozinhos nessa empreitada contra o ódio, a intolerância, a maledicência, a perversidade, a crueldade e a sede de poder, termos que, se acharem melhor, posso sintetizar em uma única palavra: golpismo. Para sorte dos democratas, “a esperança…e a sogra são as últimas que morrem”.
Aos inocentes úteis, também conhecidos por aprendizes de talibãs, resta a informação de que não há hipótese de reconciliação entre Xandão e Bolsonaro. A relação azedou, coalhou e, em breve, deve virar rapadura, daquelas de segurança máxima. A verdade, a paz, a sensatez e a liberdade venceram mais uma vez. É a prova de que “quem ri por último…não entendeu a piada”. Quanto aos derrotados, lamento, mas “alegria de pobre…é impossível”. A patriotada apostou casas, apartamentos, automóveis, heranças e até a honra em um projeto beligerante, controlador e sem futuro. O resultado foi o que se viu nos dias subsequentes ao vandalismo de 8 de janeiro: “quem com ferro fere…sabe como dói”.
Doeu na alma, no físico e, principalmente no bolso, pois terão de ressarcir à União todo prejuízo que causaram às sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Talvez tenham de tirar de onde não têm. Azar o deles. Deram tudo de si e quase acabaram com tudo de nós. Dançaram! Agora, danem-se. Como jamais imaginaram a derrota, começam a perceber que “em casa de ferreiro…só tem ferro”. Se entregaram ao mito e perceberam tarde que “é dando que se…engravida”. E, antes de a casa cair, o falso profeta desapareceu, fugiu para bem longe. Ele sabia que o golpe seria um fracasso e, mesmo sem o cartão corporativo, mostrou ao mundo que “quem tem boca…fala. Quem tem grana é que vai a Roma”.
Em outras palavras, o líder espiritual da minoria escafedeu-se, deixando seus crentes cada vez mais descrentes. Esperaram por ele no fatídico 8 de janeiro, mas descobriram que “se Maomé não vai à montanha…é porque ele se mandou para a praia”. E na Flórida. Ou seja, Flórida os que ficaram. “Decifra-me ou te devoro…mito da Esfinge do mal”. Alguns menos raivosos acordaram a tempo e hoje estão convictos de que “há males que vêm para…ferrar com tudo mesmo!” Ainda bem, pois “quando um não quer…o outro insiste”. E, sempre acompanhado dos amigos evangélicos, particularmente os da Universal e da Assembleia de Deus, o Bozo vai insistir em manter os seguidores sob sua guarda.
A esse povo, resta uma palavra de consolo: “quem dá aos pobres…cria o filho sozinho”. Quanto aos brasileiros batizados na labuta, não há como esquecer que “quem cedo madruga…fica com sono o dia inteiro”. Como “gato escaldado…morre ensopado”, graças a Deus acima de tudo e de todos, pelo menos os democratas e os libertários ficaram livres do Capetão. Luiz Inácio foi o escolhido por razões óbvias. O governo anterior era de cegos. Lula da Silva tem nove dedos nas mãos, mas seus dois olhos de lince o fizeram rei. Contra a cegueira, não há argumentos. Para 60,3 milhões de eleitores de Lula ficou definitivamente comprovado que “santo de casa faz milagre…com o cartão corporativo”. De minha parte, prefiro uma tese mais robusta: “mais vale um seio na mão…do que dois no sutiã”.