Em tempos de violência e insegurança, um mercado específico aumenta o lucro e registra crescimento nos Estados Unidos, Europa e Ásia. É o setor de serviços em segurança privada. A conclusão é da Statista, consultoria alemã de pesquisa independente. A previsão é de que a receita do mercado global de tecnologia e serviços de segurança chegue a US$ 96,3 bilhões até dezembro.
Até 2020, a projeção é de que a receita do setor deve atingir US$ 240 bilhões. Só nos Estados Unidos, o crescimento estimado para este ano é de U$ 34 bilhões.
Especialistas afirmam que a tendência se estende também para o Brasil. Apenas em sistemas de segurança eletrônica, por exemplo, a expansão média anual foi de 8% nos últimos cinco anos no país. O impacto gera renda e serviços, assim como incentiva o mercado que fornece produtos e abre perspectivas para importação.
Nos Estados Unidos, o crescimento do mercado colocou algumas das empresas do setor entre as mais lucrativas do mercado interno. Uma delas, na Pensilvânia, apareceu, nos últimos três anos, entre as 15 maiores empresas norte-americanas, com faturamento em 2017 de U$ 3,4 bilhões de dólares.
Segundo o levantamento da Statista, o mercado de segurança privada também tem uma alta empregabilidade com a perspectiva de 20 milhões de trabalhadores no mundo todo – metade dos países do mundo já tem mais seguranças privados que policiais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Departamento de Trabalho do país calcula que há pelo menos 1,1 milhão de trabalhadores de segurança privada, quase o dobro de policiais, que chega a pouco mais de 660 mil.
O especialista Glauco Tavares, diretor-executivo do Grupo RG Brasil, uma das maiores empresas do setor, disse à Agência Brasil que o impacto do crescimento global da segurança privada reflete no Brasil.
“Empresas norte-americanas e brasileiras de segurança privada já estão trabalhando em conjunto, com o intercâmbio de informações, tecnologia e estabelecendo parcerias para a expansão do mercado.”
Segundo ele, Brasil e Estados Unidos têm se aproximado na área de segurança, não só em termos institucionais, como também em políticas públicas e no setor privado com a troca de experiências e intercâmbio tecnológico, entre os dois países.
“Vimos essa interação recentemente no setor de segurança como política de estado, quando EUA e Brasil criaram em maio, o Fórum Permanente para debater questões de segurança entre os dois países”, disse.
O fórum definirá alternativas para o combate do tráfico de drogas e armas, assim como de crimes cibernéticos e financeiros, além de lavagem de dinheiro e terrorismo. A primeira reunião de trabalho deve ocorrer ainda este ano em Washington, sem data definida.