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Onda de violência toma conta do país após goleada no Mineirão

O pós vexame da goleada sofrida pela seleção brasileira no Mineirão transformou-se em violência em diferentes cidades do país. Cerca de 18 ônibus foram queimados em São Paulo e em Curitiba e confusões, incluindo brigas, prisões e pessoas feridas, foram registrados em pelo menos outras quatro cidades.

Dentro do Mineirão, o clima também já era tenso no começo da goleada. Quatro pessoas sendo expulsas do estádio. Um por destruir uma lixeira, um por tentar agredir um idoso e outros dois por brigas.

Além disso, um torcedor alemão, Eugen Weber, levou um soco no ouvido ao comemorar um gol e perdeu a audição no ouvido direito – após o primeiro socorre, não era possível ainda avaliar se o dano seria permanente.

O humorista da Rede Globo Marcelo Adnet levou um pontapé no momento em que fazia uma reportagem para o Fantástico. Ele bateu boca com o torcedor agressor e foi à delegacia do estádio para registrar queixa. A lentidão e a fila, por conta de outros casos, fizeram Adnet desistir e ir embora. Este problema também ocasionou o baixo número de registros (15 boletins de ocorrência).

O local que mais sofreu até agora com a frustração dos torcedores transformada em violência foi a região da Savassi, em Belo Horizonte, tradicional ponto de comemoração mineiro. Antes do jogo, quatro pessoas já tinham sido presas, três delas por tentar vender um ingresso para o jogo do Mineirão e outra por porte de arma branca.

Durante a partida, porém, várias confusões surgiram entre os cerca de 25 mil torcedores. Mais quatro pessoas foram presas. Um por desacato e outros três por agressão a policiais. A informação foi dada pelo coronel Helbert Figueiró, responsável pelo policiamento no local. Além disso, ao menos 12 pessoas foram feridas nas muitas brigas que seguiram ao jogo. Até as 20h a Polícia Militar havia feito 17 prisões e a concentração terminou em conflito. As pessoas deveriam deixar o local até as 22h, o que não aconteceu, e iniciou nova confusão com os policiais.

A porta de uma loja na Savassi foi depredada depois do jogo. Segundo a PM, um torcedor exaltado quebrou a porta no chute. O dono da loja foi avisado e dois seguranças privados foram contratados para proteger o estabelecimento de roubos.

Na Bahia, uma confusão terminou em pancadaria na Fan Fest, realizada no Farol da Barra. Três homens e uma mulher foram detidos pela polícia e o show do cantor Leo Santana foi cancelado pela organização. De acordo com a prefeitura de Salvador, o evento reuniu 50 mil pessoas.

A briga teria começado após dois homens trocarem empurrões nas proximidades do palco. A discussão evoluiu para socos e pontapés em frente ao posto policial, agora com três envolvidos. Na hora do tumulto, um dos homens tentou fugir correndo pelo meio da multidão, mas foi alcançado pelos PMs e conduzido para a viatura.

Em São Paulo, o clima na Fan Fest, no vale do Anhangabaú, e na Vila Madalena, local de concentração dos torcedores durante a Copa, foi de confraternização. Os dois locais lutaram para o início do jogo, mas começaram a esvaziar ainda durante o primeiro tempo do duelo.

Um pátio de ônibus na zona sul da cidade, porém, foi atacado por vândalos, que atiraram fogo a um pátio lotado na região da represa de Guarapiranga. A SPTrans, empresa responsável pelo setor na capital paulista, disse que as informações preliminares são de que 15 ônibus foram atingidos e que trabalha com a hipótese de vandalismo ligado à Copa.

No Paraná, os ônibus também foram alvo da revolta de torcedores. Entre 18h45 e 20h, 15 ônibus foram atacados. A maioria deles foi apedrejado e teve suas janelas quebradas. Em cinco casos, porém, os vândalos também tentaram colocar fogo nos veículos. Segundo o Centro de Controle Operacional da Urbs, os ônibus já foram substituídos. Não há informação sobre feridos.

Na Praça de Espanha, 17 pessoas se envolveram em uma briga, com direito a garrafadas. A polícia acabou com a briga, mas não há informação sobre o número de presos. Já em Colombo, na grande Curitiba, a polícia foi chamada logo depois do jogo, quando um homem ameaçou se matar por causa da partida.

Em Copacabana, uma briga entre torcedores assustou o público que se amontoava para acompanhar a partida em frente a um telão na orla. Segundo o comando do 19º BPM, a confusão gerou correria de torcedores assustados e a briga foi dispersa. O medo foi tão grande que muitos pensaram estar acontecendo um arrastão, seguido de quebra-quebra, ambas hipóteses descartadas pela polícia.

Em Pernambuco, os problemas começaram ainda no primeiro tempo da partida. Na Fan Fest no centro do Recife, depois do terceiro gol da Alemanha, começou uma confusão generalizada. A polícia entrou com a cavalaria no meio da multidão e jogou gás lacrimogênio para tentar afastar os brigões. No meio da correria, pessoas acabaram pisoteadas. Após a partida, a organização disse que o problema foi pequeno e superado.

Em diversos bairros do Recife, moradores queimaram pneus e causaram tumultos logo após o apito final. A Avenida Manoel Gonçalves da Luz, no bairro da Mustardinha, chegou a ser interditada. Foram registradas outras manifestações, menores, em bairros como Várzea e Iputinga.

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