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ONU aceita analisar caso Lula, mas só em 2017

Isadora Peron

Parlamentares do PT afirmaram nesta quarta-feira, 26, que a decisão da ONU de aceitar analisar a queixa apresentada pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Estado brasileiro mostra que ele tem sido perseguido politicamente pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. Mas qualquer decisão só será conhecida em meados de 2017.

“Isso corrobora com o que nós temos denunciando há muito tempo: que há uma perseguição sem precedentes ao ex-presidente Lula”, disse a senadora Gleisi Hoffmann (PR), que também é ré na Lava Jato.

Segundo o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), o Estado brasileiro, especialmente o Judiciário, terá dois meses para mandar esclarecimentos às Nações Unidas. “Esse fato dá ainda mais repercussão internacional em relação às arbitrariedades e perseguição política cometidas contra o ex-presidente”, disse.

O caso foi apresentado à ONU no final de julho. O processo poderia ter sido rejeitado, mas a entidade optou por aceitar os documentos e dar seguimento. A decisão, porém, não significa uma tomada de posição das Nações Unidas, em relação ao conteúdo da queixa, que ainda será analisada.

No dossiê enviado à Genebra, os advogados de Lula denunciam Moro e os procuradores da Lava Jato por “abuso de poder”. O processo também acusa o Judiciário de “parcialidade” e será avaliado com base na Convenção Internacional de Direitos Políticos.

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