O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu nesta sexta (8) que se fortaleça a “imunidade das sociedades ao vírus do ódio”. Ele considera que, com a pandemia da covid-19, tem sido desencadeado um “tsunami de ódio e xenofobia”.
As Nações Unidas pedem esforços globais “para acabar com o discurso de ódio”, que tem aumentado com a crise pandêmica.
“O sentimento contra estrangeiros aumentou online e nas ruas, as teorias de conspiração antissemitas se espalharam, e ocorreram ataques contra muçulmanos relacionados com a pandemia”, lamentou Guterres, numa mensagem divulgada numa rede social.
O novo coronavírus “não se importa com quem somos, onde vivemos ou no que acreditamos”, disse o secretário-geral da ONU, lembrando que, “no entanto, a pandemia continua a desencadear um tsunami de ódio e xenofobia, bodes expiatórios e medo”.
Os apelos da ONU surgem quando as tensões entre os Estados Unidos e a China têm aumentado, assim como as mútuas acusações sobre a possível origem do novo coronavírus.
Guterres lembrou ainda que, no meio das especulações e teorias da conspiração, muitos migrantes e refugiados “foram difamados como fonte do vírus, e depois negaram-lhes acesso a tratamento médico”.
“Com os idosos entre os mais vulneráveis, surgiram memes [imagens virais] desprezíveis, sugerindo que eles também são os mais descartáveis”, alertou.
Também “jornalistas, denunciantes, profissionais de saúde, trabalhadores humanitários e defensores dos direitos humanos estão sendo atacados simplesmente por fazerem o seu trabalho”, acrescentou.
Por isso, é preciso “agir agora para fortalecer a imunidade das sociedades ao vírus do ódio”, finalizou.