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Operação de vistoria em residências para combater o Aedes atinge só 40% da meta

Lígia Formenti

Apesar de uma prorrogação no prazo e da realização de um esforço concentrado no último sábado, dia 13, o número de imóveis vistoriados para identificar a presença de Aedes aegypti não chegou à metade da meta estabelecida pelo governo no fim do ano passado. Até agora, 40% de casas, prédios públicos, comerciais e industriais foram visitados por equipes de agentes da área de saúde ou integrantes das Forças Armadas.

Embora haja ainda um longo caminho a percorrer, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que não há, no momento, perspectivas de se prorrogar mais uma vez o prazo para cumprimento da meta. “Vamos trabalhar para chegar ao número previsto”, disse o ministro, depois de uma visita ao Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília. O prazo é visitar todos imóveis do Brasil até dia 28 de fevereiro.

Castro afirmou que todas as medidas para que a meta seja alcançada foram adotadas. “Temos salas de coordenação e controle do vetor em todos os Estados, escolhemos 115 municípios prioritários, onde esforços foram reforçados”, disse. De acordo com ele, as dificuldades no cumprimento são inerentes ao tamanho do País. Questionado se a meta estabelecida havia sido muito ousada, ele respondeu: “Fizemos o que tinha de ser feito.”

Até a última quarta-feira, 17, foram vistoriados 27,4 milhões de imóveis. O número representa um aumento de 15% em relação ao balanço anterior. Se mantido o ritmo empreendido no último mês, no entanto, a meta dificilmente será batida. Dia 22 de janeiro, quando o ministério anunciou a primeira prorrogação do prazo para vistoriais todos os imóveis do País, haviam sido visitados 15% de casas, terrenos e prédios.

Durante visita ao Instituto de Ciências Biológicas, o ministro ouviu cobranças do pesquisador Bergman Ribeiro. “O setor precisa de apoio”, disse, reivindicando mais verbas para pesquisa. Ele afirmou também ser necessária a integração de centros e o investimento em vários braços de pesquisas para se avançar no conhecimento sobre o zika e Aedes aegypti. “Não é um grupo só que vai desenvolver as ferramentas necessárias”, comentou.

Antes de visitar o Instituto de Ciências Biológicas, Castro deu uma aula para estudantes do colégio Ciman, para marcar o dia de conscientização de estudantes. Participam da ação 188.673 escolas de educação básica, 63 universidades federais e institutos.

“A situação é muito grave”, disse ao alunos. Ele afirmou ser necessária a participação da sociedade e a integração com o poder público. “Combater o mosquito não é fácil. Se fosse fácil, já tínhamos feito. A luta está perdida? Vamos jogar a toalha? Não”, completou Castro.

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