Produzido pelas fundações das cinco legendas, o manifesto é intitulado “Unidade para reconstruir o Brasil”. Embora o documento não aborde diretamente a condenação de Lula, no evento de hoje sobraram ataques ao processo judicial contra o petista. “Além da condenação sem provas, há outros ataques à democracia”, discursou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
Os partidos terão candidatos próprios na disputa presidencial, mas enfatizaram que terão o documento como base mínima de articulação do bloco. Enquanto o PSOL caminha para lançar o líder do MTST, Guilherme Boulos, como candidato, o PCdoB terá a deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) como sua representante no primeiro turno das eleições, o PDT apresentará o ex-ministro do governo Lula Ciro Gomes como seu candidato e o PSB também trabalha para ter um presidenciável.
No evento, os representantes dos partidos já demonstraram afinidade de discurso. Atacaram o que chama de desmonte dos direitos sociais, criticaram as privatizações, o decreto de intervenção na Segurança do Rio de Janeiro e a ausência de Lula nas eleições. “Há uma caçada ao ex-presidente Lula em curso”, disse a presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE).
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que apesar das divergências conjunturais dos partidos, o grupo conseguiu superar suas diferenças e começaram a construir uma unidade programática. “Sabemos o que fazemos de certo, e muito fizemos, e também sabemos onde temos que mudar, os erros que cometemos, que é (algo) natural de qualquer processo. Pense que isso pode nos dar um ponto de partida, que seja muito qualificado, para a gente fazer uma transformação efetiva para o nosso Brasil”, discursou.