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Oposição traça com pedaladas caminhos do impeachment de Dilma

A cada dia que passa, consolida-se a percepção de que a presidente Dilma Rousseff está perdendo todas as condições para contornar a grave crise política, econômica e ética em que está atolado seu governo. O ano de 2015 já está perdido.

O governo terminou o semestre no vermelho. Estima-se que o crescimento do país este ano ficará em torno de zero. O desemprego cresce mês após mês. A inflação já beirando os 10%. As taxas de juros são as mais altas do mundo. O país à beira do colapso fiscal.

O nível de credibilidade do Brasil no exterior está próximo de rebaixamento. A popularidade da presidente Dilma já chegou ao fundo do poço, uma situação jamais vivida por um presidente, desde a proclamação da República, em 1889.

Seu relacionamento com o Congresso Nacional mais parece uma guerra. Seu próprio partido, o PT fala em descartá-la para evitar que seu fracasso como governante contamine o caminho que o ex-presidente Lula pretende trilhar para tentar sua volta ao Palácio do Planalto, em 2018.

Ante este “quadro de horror”- expressão do jornal inglês Financial, a pergunta que se faz é como tirá-la do comando do Brasil sem bater de frente com a nossa Constituição. O que é positivo no momento é que nenhum aloprado apareceu para defender saídas “na marra”.

A oposição, à frente o PSDB, está atenta ao desfecho de três situações, com decisões previstas ainda para este mês. A torcida dos tucanos é que essas definições sejam favoráveis às teses defendidas por eles.

A primeira situação seria a recusa pelo Tribunal de Contas da União das contas da presidente Dilma, relativas a 2014. Nesse caso, sob o argumento de que ela afrontou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Uma decisão que poderia sustentar um pedido de impeachment da presidente.

Junto ao TSE, o PSDB entrou com ação acusando o PT de, nas últimas eleições presidenciais, ter abusado do poder econômico e político para financiar, com o dinheiro da corrupção, o que tornaria a reeleição de Dilma “ilegítima”. Decisão favorável da Justiça Eleitoral nesta acusação animaria os tucanos a propor o impeachment contra Dilma.

Uma terceira esperança do PSDB estaria na confirmação, pela Operação Lava-Jato, de que recursos roubados da Petrobras teriam sido usados na campanha da reeleição de Dilma.

Fracassando essas três possibilidades de processar a presidente Dilma, o PSDB pretende reforçar a estratégia de fazer sangrar a presidente e o ex-presidente Lula. Não sairá dos pés deles em nenhum momento. A meta seria promover o desgaste de Dilma e Lula nas duas próximas eleições, em 2016 – municipais, e 2018 -presidencial.

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