A rua é do povo. E povo é oposição a Bolsonaro. Partindo dessa premissa, partidos de centro-esquerda e esquerda, entidades sindicais e movimentos sociais prometem manifestações em ao menos 320 cidades neste sábado, 19, contra o presidente da República. A exemplo do que ocorreu no dia 29 de maio, não serão ações simultâneas. Os atos estão programados para o período da manhã e da tarde. Em São Paulo, onde a maior concentração será na Avenida Paulista a partir das 15 horas, é grande a expectativa pela presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A palavra de ordem será impeachment. Como coro, os manifestantes vão exigir o aumento da vacinação contra covid-19, a ampliação do auxílio emergencial e o fim das mortes nas periferias causadas por ações das polícias. Estão na liderança da convocação a Frente Povo Sem Medo, a Frente Brasil Popular, a Coalizão Negra por Direitos e os movimentos dos Sem Terra e Sem Teto. Entre os partidos que apoiam o movimento estão PT, PDT, PSB, PSOL, Rede, PCdoB e Cidadania.
Os organizadores de mais um #ForaBolsonaro justificam a ocupação das ruas, mesmo com o crescimento da pandemia do novo coronavírus, com o argumento de que “o presidente é mais perigoso que o vírus”. Também sustentam que, ao contrário dos atos que têm sido realizados em apoio a Bolsonaro, onde é raro ver o uso de máscaras e o distanciamento entre os participantes, serão adotadas medidas para reduzir a possibilidade de contágio da Covid.
Quem melhor define o clima de revolta contra o presidente Jair Bolsonaro é Douglas Belchior, coordenador da UNEAfro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos. “A gente é atingido pela bala, pela fome e pela covid-19”, afirma, ao justificar a necessidade de ir para as ruas agora. E enfatiza: “O nosso protesto primeiro parte do pressuposto de que a gente não pôde deixar as ruas, porque o povo mais pobre, o povo negro, continuou superlotando trens e ônibus para ir para o trabalho ou para procurar emprego. Então, se nosso povo precisa ocupar as ruas para ser explorado, então podemos também ocupar as ruas, com os devidos cuidados, para protestar pelos direitos sociais”.