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Orações e tricô aliviam a tensão antes e durante as provas

Lúcia Maria de Aquino faz tricô enquanto aguarda a filha . Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Abraços, orações, as últimas dicas, olhares de apreensão e palavras de incentivo. O ritual é o mesmo para vários pais que deixam os filhos nos locais de provas do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Alguns parecem tão ou mais ansiosos do que os filhos e há aqueles que fazem as mesmas perguntas até o último minuto: “pegou a água?”, “está com a caneta preta?”. Alguns deles vão passar a tarde no local da prova aguardando o fim do exame. As provas começam às 13h30 e tem a duração máxima de quatro horas e meia.

Lúcia Maria de Aquino, 53 anos, chegou prevenida para esperar a filha. Com seu tricô em mãos, ela quer adiantar o trabalho de uma encomenda para passar o tempo até o final da prova. “Estou aguardando porque ela tem medo de voltar só. É bem melhor porque a gente fica menos preocupada, ela é uma menina muito receosa. E também fico abençoando para que ela faça uma prova boa”, disse Lúcia.

Para chegar com tranquilidade, Lúcia saiu de sua casa com sua filha ainda ontem, em Águas Claras, e dormiram na casa de um familiar que mora mais próximo do local da prova. “Às 11h40 nós já estávamos aqui. Aí eu também trouxe um lanchinho e eu gosto de jogar meu joguinho no celular. É um passatempo bom né, melhor do que ficar sem fazer nada. A gente une o útil ao agradável”, completou Lúcia.

Maria de Lourdes Barbosa, 53 anos, empregada doméstica, chegou pouco depois das 11h junto com sua filha ao local onde a menina de 15 anos faz a prova. Ela vai esperar em frente à universidade até o fim da prova porque mora longe e não compensa voltar para casa. A mãe disse que vai aproveitar o tempo para passear pela região, conversar com outras pessoas e orar pela filha. “Eu incentivo demais, pago cursinho para ela, ela é tudo pra mim. Espero que ela atinja os objetivos dela porque só os estudos abrem as portas”, afirmou Lourdes.

Para a filha, a presença da mãe tranquiliza e ajuda a distrair a tensão antes da prova. “Eu acho que se não tivesse o apoio da minha mãe e do meu pai eu não teria nem estudado. Me deixa mais calma, ainda mais no meio de tanta gente”, afirmou Manuela Raíssa Barbosa, 19 anos, que quer cursar direito.

Mesmo entre os pais que não vão passar a tarde no local da prova, a torcida é grande pelos filhos. A maioria acompanhou os estudantes até o portão e só deixou o local depois de se certificarem de que não estava faltando nada.

“A gente fica sempre na expectativa se vai dar tudo certo, o registro, o material, o documento, se ele não vai precisar de alguma coisa. Então, a gente fica aqui esperando mais um pouquinho para ver se ele liga e precisa de alguma coisa”, disse Clair Santos Rodrigues, que acompanhou o filho de 16 anos.

O pai também se preparou antes como se fosse fazer a prova e preferiu ir a pé para o local da prova para evitar o engarrafamento que e formou na região. “A gente faz uma alimentação mais leve, come tranquilo, traz também lanchinhos leves, água, para vir descansado, sem correria. Estou confiante, ele disse que foi bem na prova passada e ele gosta mais de exatas, então acho que ele vai bem hoje”, disse o pai.

Neste domingo, estão sendo aplicadas 90 questões objetivas de matemática e ciências da natureza (química, física e biologia). O aluno pode deixar o local após duas horas do início da prova. Só é possível sair com o caderno de questões nos últimos 30 minutos antes do fim das provas.

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