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Ordem do dia é descobrir o que será dos brasileiros no dia depois de amanhã

De bons presságios para os homens de boa memória e para os que andam devagar, mas sempre para frente, 2025 talvez seja o início do fim daqueles que vivem para girar em volta de si mesmo ou dos que sonham em restringir a liberdade dos outros. O ano indica que eles ou perderão a própria liberdade ou escorregarão na maionese que vendem há pelo menos duas décadas. O período tende a ser complicado para as pessoas que faltam com a verdade ou que morrem de medo dela, porque não querem que suas ilusões sejam destruídas.

Os fatos não são eternos, mas costumam pipocar por longo tempo nas mentes dos que foram por eles (os fatos) atingidos. Esses são os eleitores. Por exemplo, ficou na eternidade a história de que Luiz Inácio não subiria a rampa do Palácio do Planalto, em janeiro de 2023. Também não estão apagadas as promessas até hoje não cumpridas pelo mesmo Luiz Inácio. O frango acabou, a picanha não veio e a Disney se desmantelou. Por outro lado, o “sacrifício”, as reuniões, as frases e os acertos e desacertos da turma que tentou golpear a democracia não merecem mais qualquer citação.

São parte de um passado que precisa ser esquecido. Todos os envolvidos acabaram empacotados no inferno astral que imaginaram para o inimigo político. Pagaram caro pelo que propuseram contra o Brasil. Donald Trump seria a bala de prata para o ressurgimento pomposo da direita no cenário político nacional. Seria, mas não será por duas razões muito simplórias: ele não sabe o que diz e, o mais grave, não sabe em quem apostar. Do outro lado do barracão, a dúvida mais atroz é descobrir quem dará as ordens nos progressistas desordenados em caso de falência múltipla de Luiz Inácio. Com certeza quase absoluta, Janja não será a rainha do império que ela já imagina de sua propriedade.

O ano chegou como se fosse novo para a maioria do povo brasileiro. No entanto, para alguns o período, além de continuar velho, será embaraçoso e cada vez mais preocupante. Para Jair Bolsonaro, 2025 pode ser a fase das definições. Ao longo do ano, o ex-presidente enfrentará batalhas complicadas. Nelas, ele terá de dar explicações plausíveis ou correrá o risco de complicar definitivamente o futuro do bolsonarismo. Entre as pelejas, estão a negociação das joias sauditas, a suposta fraude no cartão de vacina e, principalmente, a trama para decretar um golpe de Estado no Brasil e anular o resultado das eleições de 2022.

Embora chapelado e teoricamente esbanjando energia, a saúde de Lula da Silva impõe ao futuro do petismo um cenário médico e meteorológico bastante nebuloso. Como se vê, o escopo das estratégias é mais limitado do que acreditam os aliados e a defesa dos envolvidos. Definitivamente, o horizonte é turvo para Lula e nada positivo para Bolsonaro ou para a manutenção das narrativas de perseguição ou de renovação. O quadro precisa ser repintado. A hora é agora. Os mamutes e os misters dinossauros precisam ser informados de que o Brasil anseia por mudanças. Em toda época e lugar, renovar na política é sinônimo de pensar no futuro.

Associado à ideologia de fundo de quintal, o grande erro do eleitorado brasileiro tem sido se deixar levar pela idolatria, pelo marketing, pela oratória perfeita ou pelas ameaças ou piadas contra antagônicos. Permanecer no erro é um dos grandes segredos da vida longa dos vencedores. Um dia ainda iremos aprender que, mais importante do que a direita ou a esquerda, é o derradeiro reconhecimento de que a maior estupidez eleitoral é se sentir bem representado pelos tolos e tacanhos metidos a espertos. A ordem do dia dos mestres é aproveitarmos 2025 para estudar e tentar descobrir o que será dos brasileiros em 2026.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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