Observo com certa aprovação que a cada dia que passa, mais e mais alguns de nós nos afastamos da maioria das pessoas que se sobressaem, por não terem educação, respeito, cultura, inteligência, equilíbrio, senso comum e tantas outras qualidades que em outras épocas faziam parte e integravam a vida de muitos de nós, tornando-a melhor e mais prazerosa de ser vivida.
Que não se confunda este quadro com uma realidade voltada para a chamada “elite branca”, pois o mesmo prazer que tenho de conversar com um indivíduo branco, com os atributos acima mencionados, faz com que também valorize e me delicie com uma boa convivência com cidadãos de outras cores e etnias, na medida em que sinto que valerá a pena, e que ambos ganharemos com essa troca de experiências.
Não se trata portanto de excluir a priori alguém, por pertencer a uma minoria ou maioria qualquer, nem de valorizar uma pseudo elite em razão de sua cor ou de uma eventual situação econômica mas, de apurar dentro da sociedade como um todo, quem de fato selecionaremos, para uma convivência mais estreita, que signifique um relacionamento de mão dupla, sem qualquer viés ou motivação preconceituosa ou discriminatória.
O objetivo é o de buscar um relacionamento onde os envolvidos saem ganhando, através de uma permuta de conhecimentos, de experiências, de valores e de princípios comuns, onde a linguagem serve de ponte para uma comunicação de nível, e não para meras formas primitivas de emissão de sons e de palavras que se aproximam dos seres irracionais.
Em contrapartida, é dramático constatar que estamos nas mãos de uma maioria, que escolhe presidentes, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, além de vereadores sem nenhum critério, quando se trata dar a importância devida a honestidade, competência, projetos, ações e opções, que redundem em beneficio da coletividade como um todo. Pesquisa divulgada recentemente pelos principais jornais do país aponta que cerca de 2/3 dos deputados federais, estaduais e senadores da República respondem a processos civis e criminais, sem falar que muitos deles já foram cassados ou renunciaram aos seus mandatos, para poder novamente se candidatarem o que é num país com uma maioria de eleitores conscientes não sucederia.
Sem nenhuma dúvida o retrato dos políticos brasileiros é aquele dos seus eleitores; por mais que se esconda o fato, cerca de 75% de nossa população é analfabeta e analfabeta funcional quando se aplicam critérios relevantes e fundamentados para uma avaliação em nível internacional. Dentro deste quadro, em termos de opções, caminhos e alternativas para um novo Brasil, o que se pode esperar dessa gigantesca maioria, a qual decide o presente e o futuro da nação, sem nenhum critério de valor?
É chegada a hora de questionar também se o mero nascimento, que implica na condição da existência de um ser humano, atribui a ele, implicitamente, uma condição verdadeiramente humana, se entendermos que o principio básico para que exista um ser humano é pensar, processar pensamentos, ser capaz de refletir sobre tudo aquilo que afeta sua vida e a de seu semelhante, criando condições, opções, caminhos e ações para a melhoria da própria existência, dentro de um contexto macro, que vise a continuidade da espécie em condições ideais.
Como ignorar que a maioria das últimas gerações dos que já nasceram e dos que vão nascer futuramente sequer sabe o que é pensar e refletir realmente, pois desprezam e vão desprezar cada vez mais, a maioria das qualidades inerentes, necessárias aos seres, humanos. Qualidades que se traduzem no respeito e no amor ao próximo, na busca pela paz e pela melhoria das condições de civilidade, na solidariedade mútua, na promoção dos vínculos familiares autênticos e naturais, na solidificação dos valores e dos princípios eternos, que são a base da sobrevivência da espécie humana.
Exemplos de como vivemos em meio ao caos e de como encontramos seres humanos não pensantes no dia a dia podem ser vistos nos espaços e nos lugares públicos, bancos, metros, jardins, ruas, condomínios, teatros, cinemas, shows, programas de TV, jornais, revistas, e em tudo que nos cerca de forma contínua, permanente e avassaladora.
Somos destratados e maltratados, porque exigimos o respeito às leis e aos nossos direitos como cidadãos. Somos ameaçados por todos os tipos de “brucutus”, que se permitem agir de tal forma, legitimados pelo chamado “poder de estado”, que infelizmente a massa não pensante a eles conferiu. Sim, na atualidade este sistema que esta aí tenta nos aprisionar a pratos feitos, manipulando nossas mentes, bloqueando nossos caminhos, diminuindo nossas opções de vida, etc.
Se selecionamos com quem desejamos conversar e nos relacionar, excluindo certas pessoas e algumas camadas sociais, somos chamados de elitistas, homófobos, racistas, contra as minorias, etc, como se todos tivéssemos obrigação de aceitar, sem reagir, a presença constante daqueles que perderam a fé e todos os compromissos, com a sobrevivência de nossa civilização, com a existência de Deus e com valores e princípios que não se coadunam com os nossos, assim por diante.
Querem nos introduzir” goela abaixo” que o azul é melhor, mais correto e mais certo que o verde e que o amarelo é a cor que está acima todas as demais.
Claro que ser homem e ser mulher são dons divinos; se a natureza ou Deus quisessem que os dois não nascessem, só existiria sobre a terra um único sexo e não dois,como ocorrerá” ad eternum” .
Qualquer outra proposição relativa a um terceiro sexo entra no terreno de mera opção sexual; não passa por por uma origem natural, genética, ou por uma origem divina, pois se só existisse um sexo não nasceriam outros seres viventes. E a humanidade já teria chegado ao seu fim muitos milênios atrás.
Não pode ser preterido, nem contestado, que independente de qualquer conceito moral e religiosos, é direito de todos escolher com quem desejam conviver e em especial se desejam ou não na condição de Seres Humanos Pensantes abrir mão de suas crenças, interagindo com todos os que não o são, como se de fato nada houvesse que os separasse. Aceitar alguém por aceitar é mera hipocrisia ou, medo de críticas ou das reações dos trogloditas, dos intolerantes e dos radicais de plantão.
Sejamos nós, minoria ou maioria, não importa; exigimos respeito de ambas as partes, condição básica para que o ser humano conviva em paz. Faz parte desta condição entender que ninguém deve ser obrigado a abrir mão de seus valores e princípios, apenas porque alguns destemperados se acham donos de verdades, que são em seu conteúdo principal distorções, equívocos e mentiras, disseminadas aos quatro ventos, com o objetivo de validar políticas de privilégios para um pseudo terceiro sexo.
Claro se revela em tais ações e atitudes o desejo de aparecer, de fazer propaganda de opções sexuais, de ser notado e copiado, aceito por uma juventude desavisada e não preparada por seus pais, para resistir a mudanças que uma minoria tenta desesperadamente passar para a família, para a sociedade, para a nação como normal, positiva e desejável.
Roberto Romanelli Maia