A espiritualidade sobe escadas
Os graus iniciáticos e a cadeia hierárquica
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Os graus iniciáticos em uma sociedade esotérica representam níveis de conhecimento, experiência e desenvolvimento espiritual ou filosófico. Os degraus a subir correspondem a estágios de aprendizado e prática, simbolizando uma jornada de autodescoberta e transformação. Eles são estruturados para guiar o membro da egrégora na busca pelo autoconhecimento e pela compreensão dos mistérios da existência.
Existem várias formas de vencer os graus iniciáticos, e todas elas conduzem o neófito pelas tradições da ordem possibilitando seu desenvolvimento como ser humano. Cada grau possui aspectos particulares, dependendo da ordem. Porém, se sustentam em aspectos filosóficos e iniciáticos ancestrais que permanecem na atualidade.
Em toda ordem, os membros começam sua jornada em um grau básico e avançam conforme demonstram compreensão dos ensinamentos e cumprimento de certas práticas ou rituais. O grau iniciático contém símbolos, ensinamentos, lendas e desafios que refletem verdades ocultas. A passagem de um grau para outro é frequentemente marcada por rituais específicos, que podem incluir provas simbólicas, rituais, grimórios, juramentos e transmissão de conhecimentos restritos ao grau. Sempre lembrando que a jornada pelos graus não é apenas intelectual, mas também espiritual, buscando transformar o indivíduo através da prática de virtudes e do aprofundamento do conhecimento hermético.
Muitas ordens esotéricas mantêm sigilo sobre os detalhes dos graus, que são conquistados por merecimento. Por exemplo, a formação de um mago tradicional seguia, e segue, uma hierarquia baseada na experiência, conhecimento do ocultismo domínio das Leis Universais. Embora diferentes tradições tivessem variações, geralmente os graus seguiam uma estrutura, não só hierárquica, mas filosófica. O membro recém-admitido na ordem passa um período observando, estudando, participando das reuniões, encontros, eventos e curso, e realizando pequenas tarefas. Nesse estágio inicial, ele aprende os fundamentos da Magia, como os quatro elementos (terra, água, fogo e ar), os três princípios alquímicos (enxofre, mercúrio e sal) e o uso dos símbolos mágicos, ervas, poções e incensos. Sempre acompanhado do Mestre.
Passado esse período e após aprovação por um conselho de mestres, o neófito é elevado ao Grau de Iniciação. Nessa fase, exercita a purificação da matéria e de si mesmo, buscando a transmutação interior (a grande obra interna). E inicia o aprendizado dos simbolismos da Grande Obra e sua relação com o autodesenvolvimento. Após determinado período, o adepto atinge o grau de mestre, dominando a teoria e executando a pratica da Magia e Alquimia. Nesse nível, está apto a ensinar e guiar novos discípulos e capaz de realizar a Magnum Opus (Grande Obra), que simboliza tanto a busca pela Pedra Filosofal quanto a iluminação espiritual. O Colégio dos Magos e Sacerdotisas, respeitando as tradições e Egrégoras imemoriais, segue o mesmo padrão de desenvolvimento para seus membros da seguinte forma:
1.Neófitos
2.Discipulus ou Aprendizes
3.Adeptus Minor
4.Adeptus Major
5.Magister (Magos e Sacerdotisas)
6.Summus Dominus (Mestres e Sacerdotes/Sacerdotisas Principais)
No Colégio dos Magos e Sacerdotisas o Grau 1 corresponde aos neófitos. Etimologicamente a palavra neófito tem origem no grego neóphytos, que significa “recém-plantado” ou “novo na fé”. São os membros iniciantes que estão despertando para os fundamentos das ciências ocultas, herméticas e espiritualidade. É a porta de entrada para os novos membros terem contato com os fundamentos das ciências ocultas, herméticas e espiritualidade. Suas atividades envolvem estudo dos conceitos introdutórios, participação dos cursos básicos e reuniões. Além disso, colabora nas pesquisas e estudos teóricos, mentorias, eventos e práticas ritualísticas, supervisionados por graus superiores. Esse intercurso dura de 6 meses a 1 ano.
O Grau 2 está associado aos Discipulus, palavra latina que significa “aluno” ou “aprendiz”. Nesse grau, colabora nos estudos práticos e teóricos supervisionados pelos Mestres Conselheiros. O estudo é baseado nos princípios da Magia, Cabala, Tarot e outras obras do ocultismo. Durante sua caminhada nesse grau o Discipulus conhecerá quatro etapas de estudo, sendo que cada etapa recebe uma denominação:
• Ouro (Aurum): estuda os fundamentos das Ciências Ocultas e aplicação dos conhecimentos; ensina temas herméticos aos aprendizes; ministra palestras, oferece cursos e participa de rituais e consultas supervisionadas;
• Espada (Gladius): Apresenta conhecimentos mais consistentes das Ciências Ocultas; auxilia na organização de rituais, cursos e palestras; elabora textos herméticos individualmente e em parcerias.
• Copas (Cubba): aprofundamento dos conhecimentos herméticos; organiza reuniões, rituais, cursos, palestra e eventos; elabora textos herméticos individualmente e em parcerias.
• Paus (Pallus): Possui conhecimentos herméticos associados as artes herméticas combinadas: Magia, Cabala, Alquimia, Tarot, Quiromancia e Astrologia. organiza reuniões, rituais, cursos, palestra e eventos; elabora textos herméticos individualmente e em parcerias.
No Grau 3, ou Grau Intermediário, o Discipulus passa a ser denominado Adeptus e aprofunda seus estudos e práticas em magia e ciências ocultas. Nesse Grau existem dois níveis de Iniciação: Adeptus Minor e Adeptus Major, e seus integrantes evoluem de praticantes e auxiliares ritualísticos para guardiões e mentores, passando por avaliações que testam seu conhecimento e comprometimento com a Egrégora. Apenas aqueles que completam todo o processo e são aprovados pelo Conselho de Mestres recebem o título de Mago ou Sacerdotisa.
O Adeptus Minor representa o estágio em que o Iniciado compreende e manipula as forças espirituais e mágicas de maneira mais avançada. Geralmente, esse grau está associado à esfera de Tiphereth na Árvore da Vida da Cabala, que simboliza a harmonia, a iluminação e o equilíbrio entre o divino e o humano. É um estágio de transição entre o aprendizado básico e a verdadeira maestria espiritual. O Grau de Adeptus Major representa um nível mais avançado de conhecimento e poder espiritual em comparação com o grau anterior, Adeptus Minor. Está associado à esfera de Geburah na Árvore da Vida da Cabala, simbolizando força, disciplina e justiça. Nesse estágio, o adepto domina as forças espirituais e participa mais ativamente como um guia para iniciantes.
Após a atuação reconhecida como Adeptus Major, sob supervisão do Mestre Conselheiro, o Iniciado alcança o Grau 4, Magister, sendo denominado de Mago/Sacerdotisa, estando pronto para ministrar cursos e consultas nas artes esotéricas. O Magister representa o Grau Avançado dentro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas. Seus integrantes são responsáveis por ministrar cursos, consultas e orientação espiritual. Conduzem rituais importantes e zelam pela energia da Egrégora. Após um período de atuação reconhecida na Egrégora, o Mago/Sacerdotisa pode solicitar o Grau de Liderança, Grau 5, denominado de Dominus Consiliarius.
O Dominus Consiliarius é uma expressão em latim que pode ser traduzida como “Senhor Conselheiro” ou “Mestre Conselheiro”. No Contexto Esotérico e Ocultista, esse termo pode designar um grau hierárquico elevado, onde o indivíduo atua como conselheiro ou mentor espiritual. Em várias religiões é um título usado para membros do clero que desempenham funções de aconselhamento dentro da hierarquia eclesiástica. Representa o grau máximo de liderança no Colégio dos Magos e Sacerdotisas. São responsáveis por tomar decisões estratégicas, garantir a harmonia da Egrégora e supervisionar todos os graus inferiores.
O Grau 6 é um grau administrativo, denominado por Summus Dominus ou Grão-Mestre. É uma expressão latina que pode ser traduzida como “Supremo Senhor” ou “Soberano Mestre”. É grau mais elevado do Colégio dos Magos e Sacerdotisas, indicando o Mestre Supremo dentro da estrutura da Ordem Hermética. Lidera o Colégio como um todo, representando a Egrégora em eventos externos e garantindo a perpetuação de sua missão. Exerce autoridade suprema na hierarquia, responsável por todas as decisões finais e condução espiritual da Egrégora. É um cargo vitalício, até transição voluntária, indicado pelo Conselho de Mestres.
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Marco Mammoli – @vitriolalquimico é Membro Conselheiro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas – @colegiodosmagosesacerdotisas
