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Oxigênio no Titan de Bolsonaro está por um fio

Com a batata passando do ponto na fogueira do Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro começa a botar o pescoço para fora da bacia. Tarde demais para quem um dia se achou acima do bem e do mal. A Inês defuntou faz tempo, isto é, a condenação é inexorável, restando apenas definir o placar, se 6 a 1, 7 a 0 ou 5 a 2. O mais provável é que seja 5 a 1.

Mesmo ciente de que a jubilação da vida pública está pela bola sete, o ex-líder da casa dos horrores voltou a atacar. Desta vez, tenta colar nos ministros do TSE o colapso da administração federal entre 2019 e 2022. Tadinho. Nem escolher culpados ele sabe. Na verdade, nunca conseguiu assumir que jamais soube nada de nada.

O que tem a ver o Poder Judiciário com as mazelas de um país que o mito disse estar errado e prometeu consertar? Errado até estava, mas não estragado como ele entregou a seu sucessor. Os arroubos internos e externos, o besteirol produzido, as asneiras ditas e as sandices administrativas custaram muito caro ao povo brasileiro.

Aceitem ou não, quem Bolsonaro alcunhou de tudo, menos de bonito, é que está tentando colocar a casa em ordem. A tarefa não está sendo fácil para Luiz Inácio, devido ao poder de destruição dos herdeiros do ódio que teimam em afirmar que agiram certo, pois lutavam pela democracia. Que democracia, caras pálidas? Seria a do açoite?

O fato é que o oxigênio dentro do Titan bolsonarista acabou. O gás do moço durou dois setes (não sets) de setembro, algumas motociatas, duas ou três farofadas com frango em vias públicas, meia dúzia de passeios pirotécnicos de jet ski no Lago Paranoá e um 8 de janeiro. Depois das presepadas sem graça e mortíferas durante a pandemia, quando poderia ter virado um bom coveiro, a via crucis do capetão começou no desfile de blindados fumacentos em frente ao Palácio do Planalto.

Daí para o leite azedar foi um pulo. A reunião com a presença de vários embaixadores para duvidar internacionalmente da lisura das urnas eletrônicas foi a gota d’água. A eleição de Luiz Inácio, os acampamentos de malucos e o 8 de janeiro catapultaram Jair para bordo do Titan.

Quem com fakes news tenta desmoralizar, com os votos acaba desmoralizado. Se alguém duvida, é o que ocorrerá nesta terça-feira (27) ou, no máximo, na quinta-feira (29). Depois disso, tchau, querido. Faça uso de sua inteligência artificial (?) e parta para fora do Brasil. A tragédia que sua (ex) celência preconizava ficou pelo caminho, talvez lá em Jacarepaguá, onde sua política de armar o povo fez mais efeito.

As organizações criminosas da região, incluindo as milícias, estão até aqui de fuzis. O belicismo dos seus sonhos está definitivamente implantado no bairro. Enquanto os vermes seguidores de sua canhestra e frustrada seita se escondem no esgoto, o povo é refém da perversidade de seus comandados ainda soltos.

De nada adiantarão seus novos rompantes contra a Justiça Eleitoral. Dizer que o tribunal é político e apostar que o ministro Raul Araújo pedirá vista são provas incontestes do desespero do moço. Inteligente e natural, o ministro Alexandre de Moraes é um macaco velho em relação às manhas de Jair Messias e certamente não cairá em mais essa esparrela. Botará o bloco na rua e reivindicará a antecipação dos votos dos demais jurados. Aí, a Inês morrerá novamente antes do tempo.

Não dá mais para segurar. Inverta o boné, desamarre o coturno, afrouxe as calças, esqueça as joias árabes, jogue fora as 45 camisas de clubes de futebol que já usou, cuide da imbrochabilidade e, novamente, Tchau, querido.

Que me perdoem os fósseis do bolsonarismo e os fracos de personalidade, mas impossível não concordar com o advogado Walber Agra, autor da ação em julgamento no TSE contra Bolsonaro. Para o causídico, é “cegueira endêmica” insinuar que não há provas robustas para condenar o presidente do fim do mundo. Fraco e desprovido de tutano para se capacitar como mandatário, principalmente como crítico do sistema eleitoral do país, desnecessário dizer que o falecido produziu – e produz – um caminhão de provas contra si.

Bastava uma Kombi, mas ele se notabilizou pela força patológica de gerar fatos públicos capazes de torná-lo inelegível em qualquer boteco de periferia. Segundo Agra, “a minuta do golpe é o desaguar de tudo”. Por isso, mais uma vez: Tchau, querido.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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