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P.O. entra no jornalismo virtual e abocanha de vez e de fato 30% de S.A.

O empresário Paulo Octávio, que de corretor de imóveis virou uma das maiores fortunas da capital da República, acaba de comprar 30% do portal de notícias Fatoonline, do também empresário Sílvio Assis. O negócio, que vinha sendo mantido em segredo, movimentou cerca de 1 milhão 800 mil reais. O contrato foi firmado por meio de prepostos das duas partes.

Os dois grupos – a P.O. Investimentos Imobiliários, e a S.A. Multinvestimentos – se aproximaram muito nos últimos três meses, a ponto de a equipe majoritariamente comandada por Sílvio Assis receber os maiores prêmios de Jornalismo da Paulo Octávio, com reportagens sobre tráfico de drogas em Brasília.

O que se comenta nos bastidores é que P.O. decidiu sentir o cheiro do jornalismo virtual para se contrapor a seu arqui rival político (e comercial) Luiz Estevão, que está lançando um portal de notícias até o início de agosto.

Enquanto o ex-vice-governador Paulo Octávio, envolvido na Caixa de Pandora e na Máfia dos Alvarás, se alia a um produto que reúne expressivos nomes do jornalismo nacional, o ex-senador (cassado) Luiz Estevão, com estreitas ligações com o ex-juiz Lalau, contratou a nata do jornalismo brasiliense para dirigir seu projeto.

Ex-aliados, donos de currais eleitorais da época em que a política em Brasília era dirigida por coronéis, P.O. e Luiz Estevão hoje vivem às turras. Tanto, que se um espirra, o outro corre para comprar lenços de papel, apenas pelo prazer de concorrer com um resfriado.

Os dois atuam na construção civil, revenda de automóveis e comunicação, com ênfase para emissoras de rádio AM e FM. P.O. chegou mesmo a ser co-proprietário da TV Brasília, dos Diários Associados, e devolveu suas cotas a preço de banana quando soube da intenção de Luiz Estevão em comprar o Correio Braziliense, carro-chefe do antigo império fundado por Assis Chateaubriand.

Quanto a Sílvio Assis, começou como repórter no Pará, atuando em semanários da família. Mudou-se para Macapá, no Amapá, onde teria feito fortuna. Quando desembarcou em Brasília, no final da década passada, apresentava-se como diretor-regional do Banco BMG.

S.A. tem relações próximas com o Poder, em especial na Câmara Legislativa. Já P.O. e Luiz Estevão viram naufragar seus projetos políticos futuros, entregando a novos afilhados o destino dos seus partidos – PP e PRTB.

José Seabra

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