O corte no fornecimento de refeições para servidores e acompanhantes de pacientes em unidades da rede pública de saúde, anunciado pelo GDF, revoltou deputados distritais que criticaram a medida durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa nesta terça-feira (12). Chico Vigilante (PT) tachou a medida de “absurda” e ainda reclamou da qualidade dos alimentos oferecidos. O deputado Wellington Luiz (MDB) comparou a comida servida àquela que é dada aos porcos.
“A medida limita os alimentos apenas aos que trabalham acima de 18 horas e exclui os acompanhantes entre 15 e 60 anos de idade, pondo fim a uma tradição mantida desde que Brasília existe”, comentou Vigilante, acrescentando que “são os mais pobres que procuram a rede pública”. O parlamentar também chamou a atenção para a situação de trabalhadores terceirizados que atuam nas unidades de saúde e ainda não receberam o salário.
Para Wellington Luiz, “não bastasse o sucateamento do setor por falta de servidores e pela falta de compromisso do governo, que não cumpre acordos, os trabalhadores da saúde vão ter de passar 12 horas sem se alimentar”. O deputado disse que o secretário da pasta, ao contrário dos servidores, “não demonstra engajamento” e sugeriu que ele “coma o que está sendo oferecido aos trabalhadores”.
Líder do governo, o deputado Agaciel Maia (PR), declarou ter sido “surpreendido” com o anúncio e que já cobrou explicações do Palácio do Buriti. “Há questões técnicas que precisam ser resolvidas”, afirmou, exemplificando que os servidores têm recebido auxílio-alimentação e, ao mesmo tempo, podem fazer as refeições nas unidades de saúde.
“Contudo, se o servidor deixa o local de trabalho para se alimentar haverá uma perda que, provavelmente, pode sair mais cara do que um prato de comida”, argumentou. Segundo o parlamentar, uma solução já está sendo buscada.