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Artesãos do Destino (Parte III)

Pacto e adendo imprevisto na viagem de Adolf

Publicado

Autor/Imagem:
J. Emiliano Cruz - Foto Produção Irene Araújo

De volta à cafeteria e feitas as apresentações, Bárbara mal conseguiu esconder sua excitação ao perguntar ao tímido jovem a sua frente:

– Então você é o famoso Adolf?

Sem jeito e um tanto assustado, Adolf só conseguiu balbuciar:

– Sim, sou Adolf Hitler, mas não sou famoso, disse timidamente o jovem.

– É só um jeito de falar, Adolf.

Após os cumprimentos e rápidas palavras iniciais, o quarteto acomodou-se em uma mesa próxima à janela.

Desta vez, Bárbara falou com o garçom:

– Bitte, vier kaffee und brioches!

Dois casais saboreando tranquilamente seus cafés em uma minúscula cidade austríaca. Quem poderia imaginar que a História da humanidade possa estar prestes a ser tão radicalmente alterada por conta desse colóquio, divagou Bárbara.

Após o garçom servir os cafés, Don foi direto ao assunto:

– Adolf e Stefanie, vocês querem perguntar algo, esclarecer alguma coisa, acrescentar algum item à proposta que fizemos a vocês dois?

Com alguma ansiedade na voz, Stefanie falou em tom súplica:

– Agradeço a gentileza, senhor Don! Vocês parecem ser pessoas boas e sérias. Mas eu gostaria de falar com o Adolf em particular antes de concluirmos o acordo. Pode ser?

Falando carinhosamente, Bárbara aquiesceu.

– Claro, Stefanie! Vocês têm todo o direito de conversarem em particular antes de aceitarem a nossa proposta. Só estamos tentando agilizar tudo com vocês porque temos prazos improrrogáveis estabelecidos pela nossa organização.

Após os dois jovens terem dialogado por alguns minutos em uma mesa razoavelmente distante, ambos retornaram para a reunião geral, parecendo estarem em completo acordo quanto ao que tinham decidido.

Então, com uma expressão grave no rosto, Stefanie, desta vez, falou com firmeza:

– Adolf e eu temos mais uma condição para aceitarmos a proposta de vocês: queremos que Tom vá conosco para a América.

– Por que isso? Perguntou Bárbara, surpresa e desconfiada. Parecendo irredutível, Stefanie argumentou, pausadamente:

– Tom é nosso amigo comum há muito tempo e isso nos daria muito mais segurança e conforto emocional para iniciarmos essa vida nova que vocês nos oferecem.

– Vocês tem certeza que isso é mesmo necessário? Replicou Don, um tanto desconcertado.

– Senhor Dom, com certeza, é uma vida promissora, mas, ao mesmo tempo, está cheia de interrogações. E também seria muito distante do nosso país e das nossas famílias, ponderou novamente a jovem.

Fiel ao acordado com Stefanie , Adolf complementou:

– Gostaríamos de ter o nosso amigo Tom ao nosso lado, pois não ficaríamos bem se o deixássemos para trás. Além disso, ele é muito inteligente, prestativo e talentoso para organizar as coisas.

Ainda surpresos, Bárbara e Don trocaram olhares aflitos.

– Bem, jovens, agora somos nós que precisamos conversar em particular, falou Bárbara. Depois que os dois jovens se afastaram, Bárbara questionou Don:

– O que você acha, D? Não gosto disso!

– Olha, isso não estava no script, mas você sabe que às vezes é preciso improvisar e flexibilizar, B!

– Não sei não…algo me diz que isso pode ser um problema.

– B., se isso é uma condição… e se é consensual entre eles, não vejo em que pode atrapalhar o nosso objetivo de afastar Adolf da Europa.

– Hum…fico imaginando os possíveis desdobramentos desse arranjo. Mas, enfim, acho que você tem razão. Então, que assim seja: o Tom entra na nossa história para que Adolf saia da História da humanidade, aquiesceu, finalmente, Bárbara.

Novamente os quatro reunidos, Don formalizou o acordo, para a alegria dos dois pupilos:

– Então está combinado, Tom acompanha vocês dois na América. Agora, as últimas orientações para vocês: ao chegarem em Nova York, vocês devem procurar imediatamente o agenciador de talentos associado a nossa organização.

– Quem é ele? Perguntou Stefanie, curiosa.

– Ele também é jovem, mas já é muito experiente nesse e em outros ramos de atividades empresariais. Ele está esperando por vocês, o nome dele é Vito e ele gosta de ser chamado de padrinho, respondeu Bárbara.

– Outras questões importantes e imediatas, acrescentou Dom:

– O navio de vocês parte em dois dias do Porto de Molo Beverello, em Nápoles, Itália. Vocês tem até amanhã às 9 horas da manhã para arrumarem as malas e para as devidas despedidas. Nesse horário, partiremos juntos de carro para Nápoles.

– Avisem o Tom para ele não se atrasar, complementou Bárbara.. Após balançar a cabeça em aprovação, Stefanie questionou:

– E quando receberemos a quantia prometida?

– Será entregue imediatamente antes de vocês entrarem no navio, respondeu Bárbara.

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O capítulo quatro deste folhetim será publicado na sexta-feira, 21

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