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Padre Moacir jura em nota que dinheiro vindo através de Gim foi para festa de Pentecostes

Fabio Fabrini e Andreza Matais

A Paróquia São Pedro, situada em Taguatinga, informou nesta terça-feira, 12, que recebeu ‘doação’ da Construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 300 mil em quatro de junho de 2014 ‘por intermediação espontânea’ do então governador do DF Agnelo Queiroz (PT/2011-2015). A igreja destacou que também ‘recebeu doações’ da Construtora Via Engenharia, ‘todas contabilizadas e à disposição das autoridades’.

As informações foram divulgadas em nota pela Paróquia São Pedro, citada na Operação Vitória de Pirro, 28.ª fase da Lava Jato, por ter recebido R$ 350 mil da empreiteira OAS a pedido do ex-senador Gim Argello (PTB/DF), preso nesta terça.

A nota é subscrita pelo padre Moacir Anastácio de Carvalho. Ele confirmou o recebimento de R$ 350 mil da OAS. “Existem várias fórmulas de se angariar recursos e doações, desde campanha dos envelopes, vendas de camisetas, e doações de pessoas físicas e/ou jurídicas”, destacou.

Segundo o padre, em 2014, um dos paroquianos e membro da Coordenação da equipe de pentecostes engajado com o tradicional evento Semana de Pentecostes, o então deputado distrital Washington Gil Mesquita, ‘se ofereceu para conseguir patrocinadores para o nosso evento, culminando por pedir ajuda a outro frequentador e participante contumaz desse evento há mais de 10 anos, o ex-senador da República Dr. Jorge Argello (Gim Argello), que não mediu esforços para atender às necessidades da nossa Paróquia, procurando a Empresa OAS, que se dispôs a fazer uma ‘doação’ para a festa de Pentecostes’.

“Nesse período, o então deputado Washington Gil Mesquita repassou para o então senador Jorge Argello os dados bancários da nossa Paróquia, que mantemos no Banco Itaú, Agência 8615′.

“Assim é que, no dia 19 de maio de 2014, fomos avisados de a Construtora OAS teria realizado um depósito de R$ 350 mil em nossa conta, destinados à realização desse evento, cujo recibo foi disponibilizado ao Ministério Público Federal.”

A nota, inicialmente, traz elogios aos protagonistas da Operação Lava Jato. “Em nome da Paróquia de São Pedro gostaríamos de expressar a nossa admiração e respeito aos membros do Ministério Público Federal e, ao não menos ilustre juiz federal dr. Sérgio Moro, pelo trabalho incansável tanto de Sua Excelência, como também do próprio Ministério Público Federal, na condução dos trabalhos empreendidos na Força Tarefa que resultou na denominada Operação Lava Jato.”

Sobre a Operação Vitória de Pirro, padre Moacir afirma que a paróquia de São Pedro ‘nunca manteve qualquer tipo de contato com a Construtora OAS, muito menos com os seus Diretores’.

“Por sermos uma instituição religiosa que sobrevive, basicamente, de doações, jamais celebramos qualquer tipo de contrato de prestação de serviços com a Construtora OAS ou com qualquer outra Empresa.”

Segundo Padre Moacir, há dezessete anos a Paróquia São Pedro promove, anualmente, a ‘Semana de Pentecostes’, evento eclesiástico conhecido por congregar milhões de pessoas ao longo de oito dias, que ‘faz parte do calendário de eventos religiosos da Arquidiocese de Brasília, e que já se consolidou como tradição na comunidade católica do Distrito Federal, o que pode ser constatado por vasta divulgação na rede mundial de computadores’.

“Essa campanha é realizada todos os anos, a partir da quarta feira de cinzas, e o seu propósito é arrecadar recursos financeiros para fazer face a realização desse evento, que tem como principal objetivo evangelizar todos os cristãos batizados, e não evangelizados, missão primordial deste sacerdote.”

Padre Moacir afirma que a festa reúne cerca de três milhões de fieis. “Nesse contexto é que a Paróquia, com conhecimento da Arquidiocese de Brasília, sempre recebeu doações para o custeio das despesas demandadas pelo evento e, o saldo remanescente sempre foi investido no Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes.”

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