Campanha de 2010
Paes e Lindbergh encheram o bolso com propina, diz Cabral
Publicado
emO ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PSDB) e o ex-senador, também do Rio Lindbergh Farias, receberam uma fortuna em propina para suas campanhas eleitorais em 2010. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 1, pelo ex-governador Sérgio Cabral, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.
Cabral está preso, condenado a mais de 100 anos de corrupção por lavagem, corrupção e formação de quadrilha. Paes e Lindbergh, hoje sem mandato, negam as acusações. Segundo o depoimento, o dinheiro saiu das contas de Arthur Soares. O empresário é considerado foragido da justiça.
Para Paes, segundo afirmou Cabral, foram 6 milhões de reais. Em troca, o ex-prefeito ‘daria um jeito’ de Soares ganhar uma licitação no Centro de Operações no Rio. Já o dinheiro para o ex-senador do PT ‘foram cinco milhões, a meu pedido, pois na época (2010) estávamos na mesma coligação’.
“Em 2008 eu consegui convencê-lo [Arthur] a ser o maior doador da campanha de Eduardo Paes. Ele deu cerca de R$ 6 milhões, até mais do que pra mim, na campanha do Eduardo. Houve depois um certo ruído entre ele e o Eduardo, porque ele reclamou que o Eduardo não o atendia com contratos. Acabou sendo atendido na área da saúde e também na área do centro de controle da prefeitura, o centro de operações, aí ele ganhou a concorrência. Foi endereçada para ele, para contemplar pela ajuda dele na campanha eleitoral”, disse o ex-governador.
Ainda segundo Cabral, “em 2010, como a campanha foi muito grande, Arthur deu R$ 5 milhões à minha campanha, mas deu mais 5 milhões à campanha do Lindbergh Farias ao Senado, a meu pedido, já que o apoiava”.