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País da paz, Brasil pode trazer Xi, Kim e Putin para saquê no Toba

Passei da idade de acreditar em duendes, bruxas e marcianos na Esplanada dos Ministérios. Por isso, não acredito que o mancebo Kim Jong-Un tenha ido à Rússia para uma blindada suruba etílica com o camarada Vladimir Putin. Duvido que a essas horas desse dia primaveril de inverno os dois estejam jogando amarelinha ou pulando corda no pátio do Kremlin, tampouco fazendo meia no suntuoso aposento do voyeur Xi Jinping. Claro que não. Óbvio que o encontro é para aprofundar o buraco em que o “trisal”, também conhecido por “comedores de criancinhas”, querem nos ver. Logo nós que nada temos a ver com a barafunda ou com a furibunda chamada guerra alheia. Briguem, se enamorem e se comam para lá, mas deixem o nosso em paz. Façam o Tik Tok no do Biden.

Somos quase virgens no assunto e temos o tal do fiofó. Como brasileiros natos, não esquecemos jamais que quem tem fiofó tem medo. Eu tenho e sem qualquer uso. Por isso, fujo das guerras como o corno cebola do Ricardão foge faca amolada. Menos jovem do que os senhores da guerra, mas ainda em pleno vigor físico e cultural, temo pelo que pode ocorrer com o ser humano até o fim da década. A brochura é o menor dos males. Golpismo à parte, a verdade nua e crua é que o mundo perdeu a coragem do diálogo. A decorrência é o medo desencorajando o homem a transformar laços emocionais em antídoto contra os levantes.

Portanto, caso mantenham a máxima suprema de derrotar o inimigo sem lutar, dificilmente teremos o que comemorar nos anos 2030. Já tivemos no Brasil mandatários que preferiram defender a justiça com as armas. O caso brasileiro mais recente terminou em paz, em inelegibilidade e, provavelmente, terá como desfecho o calabouço, que deveria ser o fim de todos os que alimentam as batalhas sangrentas. Por aqui, o ódio foi vencido graças à intervenção da maioria do povo, cuja sabedoria foi perceber a tempo que, quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.

Até mesmo os patriotas que alcançaram os bastidores da frustrada refrega, entenderam que os covardes se escondem durante e depois do combate. Elevadas a uma potência do tipo Kid Bengala, no mundo globalizado a “arte” da guerra serve principalmente para fomentar a produção de armas. Que o digam Joe Bidê, Xiiii Jipão, Putim da Criméia e Kimzinho calça frouxa, entre outros líderes idiotizados pelo poder absoluto. Aliás, Kim e Xi são tão parecidos que, não fosse o tipo de penteado, diria que são irmãos. E os confundiria, como atropelei a vida toda meus amigos de infância Zinho e Zão. De costas, era comum eu confundir Zão cu Zinho e Zinho cu Zão. Voltando às hostilidades, para sorte dos menos desinteligentes os conflitos entre as nações também mostram o quanto os armamentistas são ignorantes.

Na prática, as guerras ajudam os sobreviventes a absorverem grandes lições. Aprendem, por exemplo, a ignorância de matar ou ser morto. O dia em que voltarmos os olhos para os grandes filósofos do cotidiano, talvez consigamos captar as ideias do francês Paul Valéry e do grego Platão. Para Valéry, a guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram. Já Platão afirma que só os mortos poderão ver o fim de um confronto.

Não acredito que o estopim da discórdia entre Estados Unidos, Rússia, China, Coreia do Norte, Ucrânia e toda a Europa descambe para um novo conflito mundial. Seria o fim do mundo? Possivelmente para os soldados e para o povo indefeso. Conscientes de que a igualdade não gera guerras, os generais e os senhores das armas permanecerão nos fronts refrigerados em forma de bunkers à espera da próxima escaramuça.

Eles sempre têm as chaves que bloqueiam suas portas. Fã das frases de Bob Marley, minha opção é sempre por perder a guerra e ganhar a paz. Daí, o convite extremo que faço aos senhores da guerra. Venham até o Brasil de Lulinha paz e amor e conheçam o Bar do Toba, localizado logo ali entre a Faixa de Gaza e o Estreito do Unicórnio. Nada melhor para curar estresse, unha encravada, piolho e, principalmente, hemorroida.

Que eu saiba, tomar no Toba só não cura TPM, dores pélvicas e no baixo ventre, blenorragia e incontinência urinária. Meninos da guerra, aproveitem nossa seca, venham e tragam os amigos que gostam de tomar no Toba. Será um prazer recebê-los. Com certeza retal, após tomar no Toba, todos vocês terão consciência de que ninguém ganhou a última guerra e nem ganhará a próxima.

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