O pré-candidato da chapa PSB, Rede Solidariedade e PPS à presidência da República, Eduardo Campos, afirmou neste sábado, em Porto Alegre, ter a sensação de que o País melhorou, mas ao mesmo tempo, disse que o Brasil voltou ao período pré-plano Real.
“Começamos a perder a noção da governança da economia, voltamos ao estado pré-Real, com inflação… com recrudescimento do ciclo de violência, essa é a situação real, esse é o processo que se vive. Querem responsabilizar uma pessoa, mas a responsabilidade não é individual, o que acontece é uma responsabilidade política”, disse ao defender um pacto programático para governar o País.
Quando fala em pacto programático, Campos se refere ao que aconteceu neste sábado em Porto Alegre, quando foi realizado o primeiro de cinco seminários regionais programáticos nos quais serão debatidas diretrizes do plano de governo da chapa, cujos eixos foram apresentados em uma espécie de milonga (declamação de poesia musicada) programática.
Apesar de Campos dizer que não se declara como provável candidato, ao menos nesse momento, “ainda não é hora para isso”, tanto Marina como o presidente do PPS, Roberto Freire, dizem que a aliança foi formada com o integrante pernambucano na posição principal.
“O esforço que a Rede fez foi uma avaliação de que estávamos nos dirigindo a um candidato e a um partido que tinha candidatura, e que estava produzindo um programa” disse Marina, seguida por Roberto Freire: “PPS está aqui com candidatura de Eduardo Campos à presidência da República”.
A aliança entre Marina e Campos ocorreu no final do ano passado, quando o partido que ela tentou fundar, a Rede, não conseguiu oficializar o registro. Falando para militantes, os dois disseram que o senador peemedebista gaúcho Pedro Simon foi o principal articulador dessa composição.
“Pedro me ligou, fez um arrodeio maior que um dia de fome, perguntando se eu tinha visto a situação da Marina… e me decidiu para ligar para o Jarbas Passarinho. Liguei para ele que estava em Portugal, e ele me disse: ‘não entendi nada que o Simon falou’”, afirmou Campos provocando risos, antes de completar que Passarinho tinha ouvido de Simon que ele deveria chamar Marina para o PSB.
Pedro Simon, por sua vez, falou em seu discurso “haverão de perguntar o que ele está fazendo aqui”, o que causou risos entre a plateia de aproximadamente 1 mil pessoas, mas justificou que estava lá por causa do avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes, mas não deixou de elogiar todos os prováveis candidatos à presidência.