Em nome da paz
Palestina quer Brasil longe da briga com Israel
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emO presidente Jair Bolsonaro foi recomendado a manter uma distância regulamentar na crise entre árabes pró-palestinos e Israel com sua política expansionista. Ele ouviu essa sugestão do embaixador da Palestina, Ibrahim Alzebem, durante jantar promovido na noite de quarta, 10, com o corpo diplomático dos países árabes para melhorar as relações dos dois lados.
Alzebem disse que não é bom para o Brasil entrar nesse conflito histórico. Ele se pronunciou em meio ao silêncio de autoridades brasileiras sobre a eventual mudança da embaixada do Brasil em Israel, uma das promessas de campanha de Bolsonaro. O assunto não foi tratado durante durante o jantar.
“Se me permite, este conflito não é do Brasil. Vamos manter as boas relações com o Brasil, e desejamos ao Brasil o melhor. Fiquem longe deste conflito e vocês ganharão o mundo inteiro”, declarou Alzeben a jornalistas.
O objetivo do jantar foi desfazer mal-estar gerado pela visita de Bolsonaro a Israel, no início do mês. Na ocasião, o presidente anunciou a criação de um escritório de negócios em Jerusalém, alvo de críticas da comunidade árabe. Os países islâmicos sãos os terceiros maiores importadores dos produtos agrícolas brasileiros.
Por iniciativa do Ministério da Agricultura, o encontro entre Bolsonaro e embaixadores de países árabes ocorreu na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Foram convidados 41 embaixadores.
Alzeben também disse que o encontro com Bolsonaro foi importante e serviu para “quebrar o gelo depois de uma série de notícias que não fizeram bem para as relações bilaterais” entre os países. Em seguida, chanceler Ernesto Araújo afirmou que “nunca houve gelo”. “O Brasil é um país quente, o gelo derrete rápido”, reagiu Ernesto. Alzeben, então, reforçou que usou a expressão “quebrar o gelo” no sentido figurado e que “o Brasil é um país de coração quente”.
Durante o encontro, Bolsonaro afirmou que o governo “está de braços abertos a todos, sem exceção”. Em um trecho divulgado pelo Palácio do Planalto em uma rede social, também disse esperar que os laços comerciais com os países “cada vez mais se transformem em laços de amizade, de respeito e de fraternidade” e revelou que já está agendado viagens àquela região.