Daniel Batista
Como aconteceu diante do Rosario Central, na semana passada, o Palmeiras teve um jogo eletrizante na noite desta quarta-feira, com emoção até o último minuto. Desta vez, porém, sem ter motivos para sorrir. Derrota por 2 a 1 para o Nacional-URU, no Allianz Parque, pelo Grupo 2 da Copa Libertadores. O time sabia o que precisava fazer para não decepcionar os mais de 37 mil torcedores que foram ao estádio crentes em mais uma vitória e a certeza de novos tempos para a equipe. Era repetir o que fez na primeira etapa do jogo com o Rosario, mas isso não aconteceu.
No outro jogo da noite desta quarta-feira pelo Grupo 2, o Rosario Central goleou o River Plate-URU por 4 a 1, na Argentina, e chegou aos mesmos quatro pontos do Palmeiras, mas o time brasileiro é vice-líder nos critérios de desempate. O Nacional, por sua vez, ultrapassou o ex-líder Palmeiras e assumiu o topo isolado, com cinco pontos.
Nesta quarta-feira, não faltou vontade do lado verde. Justamente como aconteceu contra o Rosario. Mas o futebol não é feito só de disposição. É preciso organização tática e qualidade com a bola no pé, algo que faltou como faltara em tantas outras oportunidades.
O técnico Marcelo Oliveira, acreditando que tenha achado o time ideal, repetiu a formação que derrotou os argentinos do Rosario. Talvez ele tenha lembrado apenas o placar (2 a 0) e o bom primeiro tempo. Período que foi lembrado, em partes, apenas na segunda parte do jogo deste quarta, quando o time verde passou a apostar tudo no ataque e só ele ficou com a bola.
Ficaram, então, ainda mais evidenciadas as deficiências da equipe. Muita correria, trombadas e cruzamentos para a área. O Nacional, que foi para a arena sabendo que um empate já seria um grande resultado, jogou recuado e retardando ao máximo todo lance, para fazer o tempo passar. Sem contar as pancadas em Dudu e Gabriel Jesus, do início ao fim do jogo, e as tradicionais reclamações contra a arbitragem. Como um típico jogo de Libertadores.
PRESSÃO – Uma possível vitória se tornou uma sofrida derrota em apenas três minutos. Aos 37, Nico López saiu livre na cara de Prass, driblou o goleiro e mandou para as redes. Três minutos depois, outra pane na zaga alviverde e Barcia aproveitou lançamento e tocou na saída do goleiro. Parecia um pesadelo para os palmeirenses.
Ainda na primeira etapa, Fucile foi expulso após falta em Gabriel Jesus, que deu mais um alento aos palmeirenses. O atacante aproveitou rebote da defesa, driblou o goleiro e diminuiu a diferença. Esperança.
Na etapa final, um ataque contra defesa no Allianz Parque. O pouco que existia de esquema tático no Palmeiras se foi de vez e a equipe partiu desordenadamente para cima. Vitor Hugo, o zagueiro, virou centroavante, na espera de um cruzamento para a área.
Aos 49, um lance incrível. Após cobrança de falta para a área, a bola sobrou para Allione, que acertou uma bomba na trave. Prass estava na área para tentar salvar o time mais uma vez. Desespero sem fim até os últimos minutos e que não adiantou de nada. O Palmeiras mais uma vez não fez a sua parte.
No domingo, o Palmeiras tem pela frente o São Paulo e vai a campo com mais dúvidas do que certezas sobre sua capacidade. As vitórias diante de Rosario e Capivariano talvez tenham sido ilusórias. Em um jogo o resultado foi conquistado no sufoco e no outro o adversário era o lanterna do Campeonato Paulista.