O Palmeiras derrotou o Bolívar por 2 a 1, nesta quarta-feira, em sua volta à Libertadores. O time alviverde soube se defender das bolas aéreas do rival, superou o ar rarefeito, e marcou com Willian, de pênalti, e Gabriel Menino em um golaço de fora da área, para chegar ao terceiro triunfo na competição sul-americana, manter os 100% de aproveitamento no torneio e quebrar um tabu de 37 anos sem vitórias de equipes brasileiras jogando na altitude de La Paz, na Bolívia. Antes, o último a derrotar o Bolívar fora de casa havia sido o Grêmio, em 1983.
Com três vitórias em três jogos, o Palmeiras lidera o grupo B, agora com uma folga ainda maior, com nove pontos. O resultado positivo faz o time fechar o primeiro turno com 100% de aproveitamento e ficar muito perto da vaga no mata-mata. O Bolívar, por sua vez, permanece com três pontos, na segunda colocação, mas pode ser ultrapassado pelo Tigre, da Argentina, que enfrenta o Guaraní, do Paraguai, nesta quinta-feira.
Como acontece com praticamente todos os adversários que encaram o ar rarefeito de La Paz, o Palmeiras sofreu muito fisicamente nos 3,6 mil metros de altitude. A adversidade se refletiu na lentidão na transição ofensiva e nos erros de passe em excesso na primeira etapa. No entanto, o time alviverde conseguiu fazer uma etapa inicial razoável, dentro das circunstâncias.
Aos poucos, os comandados de Luxemburgo começaram a se soltar aproveitando a fragilidade técnica e a falta de ritmo do rival, que não disputava um jogo oficial desde março. Gradualmente, mesmo com dificuldades, o time alviverde foi incomodando. Raphael Veiga tentou em dois arremates de fora da área e Rony finalizou cruzado.
Até que, aos 31 minutos, Rony foi lançado por Marcos Rocha na esquerda, entrou na área e foi derrubado por Jusino, que cometeu um pênalti infantil, já que o atacante palmeirense estava quase na linha de fundo, de costas para o gol e sem ângulo. Willian converteu no canto direito e abriu o placar. O gol, o seu 11º na temporada, fez com que ele se igualasse a Luiz Adriano na artilharia da equipe no ano. Na reta final dos primeiros 45 minutos, o Bolívar pressionou um pouco mais em busca do empate, mas sem sucesso.
No segundo tempo, os anfitriões, com poucos recursos tecnicamente, apostaram nas bolas aéreas no início, mas a zaga palmeirense se saiu bem em todos os lances. E os visitantes não só conseguiram controlar bem o jogo como ampliaram a vantagem com um golaço de Gabriel Menino.
O jovem meio-campista usou a altitude a seu favor para dar velocidade à bola e acertou uma pancada de longe que encontrou o ângulo direito de Rojas aos 14 minutos. Foi seu primeiro gol desde que foi promovido aos profissionais.
No entanto, de tanto insistir pelo alto, o Bolívar conseguiu chegar dessa maneira ao seu gol aos 22 minutos. Após cobrança de escanteio, a defesa do Palmeiras vacilou, Gutierrez desviou na primeira trave e Riquelme, livre, só empurrou para as redes.
Com a desvantagem reduzida, os donos da casa intensificaram a pressão, sempre apostando nas bolas cruzadas na área. Com alguns atletas cansados, Luxemburgo recorreu ao banco e mandou os jovens Danilo e Gabriel Veron para campo, além de Scarpa, na tentativa de ajudar a segurar a bola, e do zagueiro Vitor Hugo para ajudar a suportar as investidas do adversário por cima.
Deu certo e o Palmeiras, com muito esforço, foi capaz de aguentar a pressão final do adversário. Nos últimos minutos, ainda chegou perto de marcar o terceiro com Gustavo Scarpa, que acertou o travessão em cobrança de falta. Depois do apito final, muita comemoração dos jogadores, que terminaram a partida extenuados, com pouco fôlego, mas recompensados pelo empenho.
O Palmeiras tem novo compromisso pela Libertadores na próxima quarta-feira, dia 23, contra o Guaraní, no Paraguai, pela quarta rodada da fase de grupos. Antes, no domingo, às 16 horas, o time de Luxemburgo enfrenta o Grêmio, em Porto Alegre, pela 11ª rodada do Brasileirão. O Bolívar, por sua vez, duela com o Tigre, terça-feira, às 19h15, na Argentina.